Novo líder de Macau quer cooperação "benéfica" com lusofonia

O novo líder do Governo da região semiautónoma chinesa de Macau, Sam Hou Fai, prometeu hoje, após tomar posse, "promover uma cooperação abrangente e mutuamente benéfica com os países de língua portuguesa".

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Lusa
20/12/2024 13:25 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Macau/25 anos

Durante uma cerimónia a celebrar o 25.º aniversário da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Sam garantiu que irá aproveitar "plenamente o estatuto, as funções e as vantagens especiais únicas" do território.

 

Pequim estabeleceu em 2003 Macau como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa e, nesse mesmo ano, criou o Fórum de Macau.

A organização tem como membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe (desde 2017) e Guiné Equatorial (desde 2022).

"Iremos melhorar o mecanismo para melhor desempenhar um papel na abertura do país", disse Sam Hou Fai.

"Devemos aproveitar as nossas vantagens únicas e fortalecer as ligações internas e externas", acrescentou o novo líder.

Sam Hou Fai, o primeiro chefe do Executivo de Macau que domina a língua portuguesa, discursou em cantonês, não tendo sido disponibilizada qualquer tradução para português, ao contrário do que é hábito na região.

Questionado pela Lusa, o Gabinete de Comunicação Social do Governo de Macau não fez qualquer comentário.

Sam Hou Fai apontou ainda como prioridade "criar um polo para a atração de talentos internacionais de alto nível" que possam apoiar "a diversificação sustentada, saudável e moderada da economia" de Macau, altamente dependente do turismo e dos casinos.

Depois da cerimónia, em declarações aos jornalistas, sem direito a perguntas, o novo secretário para a Economia e Finanças, Anton Tai Kin Ip, prometeu apostar no "desenvolvimento das singularidades de Macau" e reforçar as políticas de atração de profissionais qualificados.

Também a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, defendeu a necessidade de "aproveitar melhor as vantagens da mistura de culturas ocidental e oriental" para construir em Macau "um local de agregação de quadros qualificados".

Macau implementou em julho de 2023 um programa de captação de quadros qualificados do setor financeiro e das áreas de investigação e desenvolvimento científico e tecnológico, entre eles Prémio Nobel. O programa prevê, entre outras vantagens, benefícios fiscais.

No final de outubro, o secretário-geral da Comissão de Desenvolvimento de Talentos disse que Macau aprovou 464 das mais de mil candidaturas ao programa.

Chao Chong Hang admitiu que a esmagadora maioria destes quadros vem da China continental (80%) ou de Hong Kong (10%), mas sublinhou que 47% têm "experiência de trabalho ou de estudo no estrangeiro".

Especialistas disseram à Lusa que o programa tem critérios mais apertados do que outras jurisdições rivais e oferece vistos demasiado curtos.

Leia Também: Macau. Casa de Portugal otimista quanto à língua apesar de "mau sinal"

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