Uma equipa de investigação especial está a analisar os registos de conversas com indivíduos alegadamente envolvidos na imposição da lei marcial a 3 de dezembro, após ter obtido os documentos através de uma ordem judicial.
A polícia está também a trabalhar para obter acesso a um telefone seguro utilizado por Yoon e aos registos dos Serviços de Segurança da Presidência.
As autoridades obtiveram um documento que Yoon entregou ao ministro das Finanças, Choi Sang-mok, durante uma reunião do Conselho de Ministros que decorreu antes da imposição da lei marcial.
O texto descreve medidas para cortar nas despesas de funcionamento da Assembleia Nacional e para aprovar, ao abrigo da lei marcial, o orçamento que o parlamento da Coreia do Sul, dominado pela oposição, tinha rejeitado.
A polícia já interrogou dez dos 12 participantes na reunião do Conselho de Ministros de 03 de Dezembro, embora ainda não tenha interrogado nem Yoon nem o ex-ministro da Defesa, Kim Yong-hyun.
Na sexta-feira, Yoon, de 63 anos, foi novamente convocado pelos investigadores, depois de ter rejeitado um pedido anterior.
O presidente não foi à audiência para a qual tinha sido convocado na quarta-feira, sem dar qualquer justificação para a ausência.
No início da semana passada, os procuradores ordenaram que se apresentasse para ser interrogado ou enfrentaria a prisão, mas entretanto entregaram o caso à agência anticorrupção.
O chefe deste organismo, Oh Dong-woon, disse ao parlamento, na terça-feira, que a possibilidade de deter Yoon também estava a "ser examinada".
Yoon foi suspenso a 14 de dezembro pelos deputados, no âmbito de um processo de destituição, na sequência da declaração de lei marcial na noite de 03 para 04 de dezembro e pelo envio do exército para o parlamento.
Yoon e os aliados envolvidos no golpe de Estado podem ser condenados a prisão perpétua e, teoricamente, até à pena de morte, se forem considerados culpados de rebelião. Yoon está proibido de abandonar o país.
O antigo procurador está a ser investigado pelo Ministério Público sul-coreano e por uma equipa conjunta da polícia, do Ministério da Defesa e de investigadores anticorrupção.
A audição na agência anticorrupção está marcada para 25 de dezembro. Se Yoon se apresentar, torna-se o primeiro presidente sul-coreano em exercício a comparecer perante um órgão de investigação.
A antiga presidente Park Geun-hye foi destituída em 2016, em circunstâncias semelhantes às de Yoon, mas só foi investigada depois de ter sido afastada do poder pelo Tribunal Constitucional.
Este tribunal, que está a analisar o pedido de destituição de Yoon, deve pronunciar-se sobre a validade deste num prazo de cerca de seis meses.
Para o efeito, solicitou documentos relativos à declaração da lei marcial, mas o pedido foi devolvido ao remetente.
"Estamos a examinar outras opções", declarou um porta-voz do tribunal.
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