Populistas alemães dizem ser "alternativa séria" à extrema-direita

A candidata do partido populista alemão Aliança de Esquerda, Sahra Wagenknecht, apresentou-se hoje como "alternativa séria" à extrema-direita, com a qual partilha a parte da política de migração e a crítica ao apoio à Ucrânia.

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Lusa
12/01/2025 16:37 ‧ há 8 horas por Lusa

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Alemanha

"Nós somos a alternativa séria e é por isso que nos pusemos a caminho", disse Wagenknecht num discurso em Bona (oeste), que acolhe o segundo congresso federal do partido desde a sua fundação, há um ano.

 

A mês e meio das eleições legislativas de 23 de fevereiro, Wagenknecht foi recebida como uma estrela pelos membros, que acenaram com os ecrãs dos telemóveis iluminados, antecipando a sua entrada na sala.

A candidata, cujo partido está em quinto ou sexto lugar nas sondagens e poderá ficar de fora do novo parlamento, procurou, no seu discurso, realçar as suas diferenças em relação à Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, com a qual está a competir pelos eleitores.

Chamou à candidata de extrema-direita Alice Weidel uma "fã submissa" do magnata norte-americano Elon Musk e sublinhou que o seu partido não se opõe apenas à fraude dos beneficiários da segurança social, mas também dos mais ricos.

Acusou também o AfD de ser a favor do rearmamento militar e de atuar como vassalo dos Estados Unidos.

No entanto, centrou a maior parte do seu discurso no risco de o apoio militar à Ucrânia desencadear uma guerra com a Rússia - o tema central do seu partido - e descreveu qualquer forma de apoio militar a Kyiv como belicista.

Em particular, denunciou a guerra que começou com a invasão russa como uma resposta aos interesses económicos de Washington, que, por sua vez, são prejudiciais para a Europa.

"Os Estados Unidos não estão a agir por respeito ao direito internacional", sublinhou.

"Por amor de Deus, não acreditem nessas tretas. O que está em causa são os interesses comerciais das empresas americanas", afirmou.

Wagenknecht também destacou, entre as prioridades do seu partido, o custo de vida, a recessão económica e os sem-abrigo.

Depois de ter sido fundado há um ano, o partido obteve excelentes resultados nas eleições regionais da Saxónia, Turíngia e Brandeburgo, em setembro passado, com 11 a 16% dos votos, e entrou em governos regionais de coligação.

Segundo a sondagem "Politbarómetro", publicada pelo canal público ZDF na sexta-feira, e a sondagem INSA para o Bild, no sábado, o partido ficaria com 4% nas eleições de 23 de fevereiro.

O bloco conservador liderado por Friedrich Merz (30 %) continua a ser o favorito, seguido da extrema-direita (21-22 %), enquanto os sociais-democratas liderados pelo chanceler Olaf Scholz (14-16 %) disputam o terceiro lugar com os Verdes (13-15 %).

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