A reação surgiu depois de a Suíça se ter disponibilizado no domingo para acolher uma cimeira Putin-Trump que tivesse como tema principal uma solução para a guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.
"Muitos países estão a oferecer os seus serviços como locais onde os contactos poderiam hipoteticamente ter lugar, mas é muito cedo para falar sobre isso, uma vez que ainda não há preparativos substanciais", disse o porta-voz da presidência russa (Kremlin).
Dmitri Peskov afirmou que, de momento, existe apenas a "vontade política" de Putin e Trump sobre a necessidade de falarem depois de o novo Presidente norte-americano tomar posse, cerimónia marcada para 20 de janeiro.
"E então veremos [o que acontece] após a mudança de administração em Washington", afirmou durante a conferência de imprensa telefónica diária, citado pela agência espanhola EFE.
"Só será possível falar de mudanças na retórica dos Estados Unidos em relação ao conflito na Ucrânia após a tomada de posse de Trump", acrescentou Peskov, segundo a agência russa TASS.
O porta-voz do Kremlin afirmou na semana passada que a Rússia não estava a estabelecer condições prévias para uma reunião entre Putin e Trump.
Peskov também saudou as declarações de Trump de que estava "pronto para resolver problemas" na mesa de negociações.
Trump assegurou anteriormente que a sua equipa estava a preparar-se para um futuro encontro com Putin.
"Ele [Putin] quer que nos encontremos, por isso estamos a preparar-nos (...), temos de pôr fim a esta guerra. (...) Os soldados estão a ser mortos", afirmou Trump no final de dezembro.
Quanto à posição russa em relação a futuras negociações de paz, Peskov disse que se mantém inalterada.
Entre outras condições, a Rússia exige o reconhecimento da anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, além da Crimeia anexada em 2014.
Moscovo exige também a proibição da adesão da Ucrânia à NATO, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
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