Um total de 36 mortos retirados de mina de ouro na África do Sul

Um total de 36 mortos foram retirados, em dois dias de operações, de uma mina de ouro abandonada de Stilfontein, na África do Sul, onde centenas de mineiros estão presos, anunciaram hoje as autoridades.

Notícia

© Lusa

Lusa
14/01/2025 18:10 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

África do Sul

Nove dos corpos foram trazidos à superfície segunda-feira, com recurso a um cesto e a um guincho, e os restantes 27 corpos de mineiros foram retirados hoje, segundo um comunicado da polícia que indicou ainda que "várias dezenas" de pessoas conseguiram sair vivas da mina, apesar de estarem debilitadas.

 

Este é um balanço provisório, tendo em conta que as operações se devem prolongar por dez dias, indicou a mesma fonte.

"Na semana passada, recebemos uma carta de pessoas no subsolo indicando que havia mais de 109 restos mortais", disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) Levies Pilusa, porta-voz dos habitantes do município de Khuma.

Só da mina de Stilfontein, a 150 quilómetros de Joanesburgo, foram retirados mais de 1.500 mineiros desde agosto, quase 98,5% dos quais são estrangeiros disse hoje o ministro dos Recursos Minerais, Gwede Mantashe, numa conferência de imprensa.

Durante meses, o acesso a esta mina foi vedado no âmbito de uma operação policial destinada a prender centenas de 'zama zamas' ("aqueles que tentam" em zulu), como são chamados os mineiros ilegais, muitas vezes estrangeiros, incluindo moçambicanos.

Em 17 de dezembro, as autoridades sul-africanas anunciaram o repatriamento de 27 moçambicanos menores de idade, sem documentos, para o seu país, sendo que alguns tinham sido resgatados das minas de exploração ilegal em Stilfontein. 

Para obrigar os mineiros a sair, o abastecimento de água e de comida do que parecia ser uma pequena cidade subterrânea foi restringido desde o início de novembro. Mas poucos mineiros sairam, por estarem demasiado fracos, segundo a comunidade local, que vivia da economia informal em torno da mina.

A exploração mineira ilegal é uma prática comum na África do Sul, com mineiros, por vezes menores de idade, a trabalhar em minas desativadas e abandonadas, principalmente na área da cidade de Joanesburgo e arredores.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, classificou os 'zama zamas' como "uma ameaça" à economia e à segurança.

Além dos riscos envolvidos, a exploração mineira ilegal afeta a economia sul-africana e resulta em enormes perdas de receitas, estimadas em cerca de mil milhões de dólares (972 milhões de euros) tanto para o Governo como para a indústria mineira do país.

As autoridades estimam que cerca de 14.000 mineiros ilegais já tenham sido detidos, em sete províncias do país, desde dezembro de 2023 e que existam 6.000 minas abandonadas por todo o território.

Leia Também: João Lourenço promete diálogo na liderança da União Africana

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas