A posição, divulgada hoje pela Presidência moçambicana, surge numa mensagem de felicitações do chefe do governo neerlandês pela investidura de Daniel Chapo como quinto Presidente da República de Moçambique, realizada na quarta-feira, em Maputo.
"Os laços entre Moçambique e os Países Baixos são fortes e abrangentes. A nossa colaboração em matéria de água e agricultura será, sem dúvida, um importante trampolim na promoção do desenvolvimento sustentável e, como tal, permanece no topo da nossa agenda bilateral. Além disso, esperamos celebrar este ano 50 anos de relações bilaterais", refere-se na mensagem de Dick Schoof.
Enfatiza igualmente que os Países Baixos valorizam a "cooperação construtiva com Moçambique", que continuará durante a nova governação, agora iniciada, "para o benefício e a prosperidade dos dois povos".
O novo Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, prometeu na quarta-feira lançar uma ampla reforma do Estado para reduzir o número de ministérios, criar novas entidades, fomentar a digitalização dos serviços públicos e combater a corrupção.
"A corrupção é uma doença que tem corroído o nosso povo, com funcionários públicos fantasmas, cartéis que enriquecem à custa do povo, e isto tem de acabar; não haverá lugar para quem coloca os seus interesses acima dos interesses do povo moçambicano, seja no setor público, seja no privado", disse o Presidente, no discurso de tomada de posse, em Maputo.
Na intervenção de quase 50 minutos, Daniel Chapo passou em revista variadas transformações que prometeu implementar enquanto líder do país, entre as quais estão a redução do número de ministérios, a valorização dos serviços públicos, a transformação do sistema educativo, a responsabilização dos funcionários públicos, a criação de novas entidades na gestão da administração pública e a promessa de que, juntos, os moçambicanos "voltarão a ter orgulho em ser moçambicanos".
"Vamos implementar mudanças importantes sobre como o Governo funciona, colocando o povo no centro das decisões", prometeu, exemplificando que a redução do tamanho do Governo, "com menos ministérios e a eliminação das secretarias de Estado equiparadas a ministérios", vai permitir uma poupança de 17 mil milhões de meticais (mais de 258 milhões de euros) por ano, "que serão direcionados para onde realmente importa: educação, saúde, agricultura, água, energia, estradas, e melhoria das condições de vida do povo".
A eliminação da figura do vice-ministro e a reformulação dos cargos dos secretários de Estado e dos secretários permanentes, além da revisão do papel dos secretários de Estado nas províncias foram outras das promessas do novo chefe de Estado, que disse igualmente ir rever as regalias dos dirigentes públicos e o programa de privatizações do Estado.
"Estas mudanças incluem congelar a aquisição de viaturas protocolares para o Estado, para podermos adquirir ambulâncias e outras viaturas para servir o povo, e são medidas concretas que mostram que o Governo está disposto a apertar o cinto e liderar pelo exemplo", salientou.
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