Francisco ordenou a abolição da diocese de Fenyang, criada por Pio XII em 1946, e a criação, em seu lugar, de Lüliang, que abrangerá um território de 21.000 quilómetros quadrados com 3,3 milhões de habitantes, dos quais apenas 20.000 são católicos.
A nova diocese terá 51 sacerdotes e será presidida por D. António Ji Weizhong, cuja nomeação foi aprovada pela Santa Sé e pela República Popular da China.
Trata-se de uma nova nomeação conseguida graças ao acordo que as duas partes alcançaram em 2018, que permite a eleição consensual dos bispos.
O Vaticano e a China não mantêm relações diplomáticas desde 1951, depois de Pio XII ter excomungado dois bispos nomeados pelo Governo chinês, que por sua vez expulsou o núncio apostólico, que se instalou na ilha de Taiwan.
Assim, os católicos na China - entre 8 e 12 milhões - ficaram divididos entre a Igreja Patriótica, fundada em 1949 após a ascensão de Mao Zedong e controlada pelas autoridades chinesas, e a clandestina, fiel a Roma e ao Papa.
O acordo foi renovado em 2020 e 2022 por um biénio, enquanto em 2024 o prazo foi aumentado para quatro anos. Embora os pormenores sejam desconhecidos, o Papa explicou que a China apresenta candidatos, mas é ele quem toma a decisão final.
Durante o pontificado do Papa Francisco, o Vaticano e a China registaram uma aproximação gradual e manifestaram em várias ocasiões a intenção de reforçar as suas relações.
Precisamente desde novembro passado, a audiência geral que o Papa realiza todas as quartas-feiras com os fiéis foi traduzida para chinês, num gesto dirigido aos católicos desse país, ao qual o papa sempre se mostrou disposto a deslocar-se.
Em 2014, Francisco tornou-se o primeiro papa a sobrevoar a China, entrando no seu espaço aéreo, e enviou um telegrama ao Presidente chinês, Xi Jinping, durante uma viagem apostólica à Coreia do Sul.
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