De acordo a agência de notícias estatal turca Anatolia, a investigação foi aberta após algumas palavras proferidas por Ozdag durante uma reunião do seu partido realizada na segunda-feira, devido a suspeitas de que teria "incitado ao ódio".
Ozdag terá dito que "durante o mandato de Erdogan, grandes segmentos da nação turca começaram a perder a fé na religião por causa daqueles que os enganam com Deus" e acusou o Presidente de "prejudicar a fé da nação turca".
"Ao trazer milhões de migrantes e fugitivos para a Anatólia, [Erdogan] está a destruir a cultura da nação turca", defendeu o líder do partido de extrema-direita, sublinhando que "o que está a acontecer é [um ato de] fascismo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP)", o nome do partido do Presidente, noticiou o portal de notícias turco Duvar.
O partido de extrema-direita confirmou a abertura de uma investigação contra Ozdag e a sua detenção pelas forças de segurança, referindo que o processo foi iniciado depois de uma queixa apresentada pelos advogados de Erdogan ao Ministério Público de Istambul.
"O nosso presidente [do partido] passou a noite em condições inadequadas no Departamento de Polícia de Istambul, onde lhe foi negado acesso aos seus advogados. O caso está inexplicavelmente abandonado e [Ozdag] permanece detido a aguardar interrogatório", adiantou o Partido da Vitória em comunicado publicado nas redes sociais.
O partido declarou o seu "firme apoio" a Ozdag e defendeu que "silenciar uma causa justa requer a detenção de todos" os membros do partido, denunciando ainda que esta detenção "marca claramente o início de um segundo caso 'Ergenekon'".
O termo refere-se a um processo aberto contra uma alegada rede clandestina de extrema-direita que terá planeado um golpe contra o Governo de Erdogan em 2003, segundo as autoridades.
Desde 2007, centenas de militares, juízes, jornalistas e procuradores de Justiça foram condenados pelo seu alegado papel neste golpe.
O Partido da Vitória é um partido ultranacionalista de extrema-direita e ganhou destaque nos últimos anos através da sua dura retórica anti-imigração.
Concorreu às eleições legislativas de 2023 como parte da Aliança Ancestral, mas não conquistou nenhum lugar do parlamento.
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