Segundo Israel, os detidos agitaram bandeiras do grupo islamita Hamas e "mostraram alegria" pela libertação de prisioneiros palestinianos no sábado, no âmbito do acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza.
"Durante uma operação, foram apreendidas bandeiras do Hamas, cartazes, fogo-de-artifício, uma arma de pressão e uma grande quantia de dinheiro", avançou a polícia israelita.
As forças apreenderam ainda o veículo utilizado nas comemorações.
"A polícia de Israel e o Serviço de Segurança Geral [a agência de inteligência doméstica israelita, o Shin Bet] não permitirão expressões de alegria ou identificação e apoio à organização terrorista Hamas ou aos terroristas", afirmaram as autoridades israelitas na sua mensagem.
Um vídeo que se tornou viral nas redes sociais mostra várias pessoas numa carrinha, a agitar bandeiras do Hamas, enquanto comemoram a libertação de um prisioneiro em Kafr Aqab no sábado.
O prisioneiro em questão, Ashraf Zugayer, passou mais de 20 anos na prisão por transportar militantes do Hamas para locais onde realizaram ataques.
Segundo o jornal norte-americano The New York Times, dois dos seus jornalistas foram atacados por soldados israelitas durante uma operação na casa de Zugayer no dia em que este foi libertado.
Os soldados apontaram as espingardas para quem estava no local, apesar de ninguém estar armado, insultaram os familiares de Zugayer e detiveram um dos seus irmãos, atingindo também um dos jornalistas.
Na véspera da primeira operação de troca de reféns israelitas por presos palestinianos, as autoridades de Telavive avisaram ter tomado medidas para "impedir qualquer demonstração pública de alegria".
O chefe dos serviços prisionais, general Kobi Yakobi, "deu instruções para impedir qualquer manifestação pública de alegria em Ashkelon [onde fica a prisão de Shikma, no sul de Israel] e noutras zonas de Israel, quando passar a escolta" dos prisioneiros libertados, avançou na altura a Autoridade Prisional de Israel, acrescentando que o transporte destes presos não será feito por autocarros da Cruz Vermelha, mas sim por unidades especiais.
O acordo, alcançado após mediação do Qatar, com a ajuda dos Estados Unidos e do Egito, prevê a libertação, numa fase inicial de seis semanas, de 33 reféns mantidos na Faixa de Gaza desde 07 de outubro de 2023, em troca de centenas de prisioneiros palestinianos.
Israel lançou uma ofensiva contra Gaza após os ataques realizados pelo Hamas a 07 de outubro de 2023 no sul do território israelita que fizeram quase 1.200 mortos e cerca de 250 reféns.
Desde então, mais de 47 mil palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.
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