"A nossa posição é clara. Não aceitaremos a linguagem das ameaças norte-americanas e israelitas", declarou o porta-voz do movimento, Hazem Qassem, em comunicado.
"Israel deve comprometer-se a aplicar os termos do acordo de cessar-fogo para que [os reféns] possam ser libertados", afirmou o porta-voz do Hamas, que confirmou conversações com os mediadores.
"Os mediadores garantiram-nos que estão a ser envidados esforços para pressionar [Israel] a respeitar os termos do cessar-fogo", acrescentou.
O porta-voz do movimento apelou novamente a Israel para que "respeite o protocolo humanitário acordado", acusando, porém, que Telavive está a tentar complicar a situação.
"A ocupação israelita está a tentar impedir a aplicação de várias disposições do acordo", acusou.
Num vídeo divulgado hoje, as Brigadas al-Quds, o 'braço armado' da Jihad Islâmica afirmaram que o destino dos reféns raptados em Israel e detidos na Faixa de Gaza depende das "ações de [Benjamim] Netanyahu", o primeiro-ministro israelita.
"O destino dos prisioneiros [reféns raptados em Israel] detidos pela resistência está diretamente ligado às ações de Netanyahu, para o bem ou para o mal", ameaçaram as Brigadas al-Quds num vídeo publicado no canal Telegram.
O atual acordo de cessar-fogo foi severamente testado nos últimos dias e na terça-feira Netanyahu, avisou que os combates poderiam recomeçar se os reféns não fossem libertados no sábado.
O Hamas ameaçou adiar a libertação dos reféns, acusando Israel de violar o acordo.
O Hamas anunciou também hoje que uma delegação do movimento islamita palestiniano chegou ao Cairo para conversações sobre o acordo de cessar-fogo em Gaza, com o objetivo, segundo um responsável, de "pôr fim à crise" ligada a esta trégua.
"Uma delegação dirigida por Khalil al-Hayya, chefe do Hamas na Faixa de Gaza, chegou ao Cairo e iniciou conversações com responsáveis egípcios para acompanhar a aplicação do acordo de cessar-fogo", declarou o movimento.
"A delegação vai discutir formas de pôr fim à atual crise e garantir o compromisso (de Israel) de aplicar o acordo", disse à AFP um responsável do Hamas.
Um diplomata estrangeiro ligado às negociações disse à AFP, sob condição de anonimato, que os mediadores, Egito e Qatar, estão "em contacto com Israel e o Hamas para tentar resolver os problemas e garantir que ambas as partes respeitam o acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns".
"Os mediadores do Qatar e do Egito estão em contacto com a parte norte-americana. [...] Estão a trabalhar intensamente para resolver a crise e pressionar Israel a aplicar o protocolo humanitário do acordo de tréguas e a iniciar negociações para a segunda fase" do acordo de tréguas, disse, ao mesmo tempo, uma fonte palestiniana que pediu anonimato.
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