Portugueses no Brasil esperam melhorias nos consulados

Representantes da comunidade portuguesa esperam que a participação do Presidente e do primeiro-ministro de Portugal na 14.ª Cimeira Luso-Brasileira reforce parcerias económicas com o Brasil e que os governantes promovam melhorias nos Consulados do país.

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Lusa
17/02/2025 06:30 ‧ há 3 dias por Lusa

País

14.ª cimeira

Em declarações à agência Lusa, Teresa Morgado, membro do Conselho das Comunidades Portuguesas, considerou que as visitas de Marcelo Rebelo de Sousa e de Luís Montenegro ao Brasil serão uma boa oportunidade para a comunidade relatar os problemas que enfrenta. 

 

"Acho muito importante que o Governo português, que o nosso primeiro-ministro e o nosso presidentevenham ao Brasil (...) Eles têm que ver as dificuldades de todos os portugueses que aqui estão, da comunidade portuguesa, que são muito grandes", disse.

"A dificuldade nos nossos Consulados é muito grande, [assim como] a dificuldade em ajudar as pessoas idosas", acrescentou Teresa Morgado.

A presidenteda Câmara do Comércio de Portugal de São Paulo, Karine Vilela, considerou que os acordos a serem assinados durante a cimeira, que se realiza na quarta-feira na capital brasileira, Brasília, podem impulsionar a economia e as trocas bilaterais para novas áreas.

A responsável citou como exemplo entendimentos na área da educação sobre a validação de diplomas universitários, que poderão facilitar a emigração qualificada, e a troca de arquivos entre as bibliotecas nacionais dos dois países, que ajudariam a impulsionar investigações científicas.

"Na Câmara Portuguesa de São Paulo conseguimos testemunhar várias áreas [da parceria bilateral] que estão crescendo muito, como a transição energética, que é um dos acordos que vão ser discutidos nesta cimeira", acrescentou. 

Por seu lado, o presidenteda casa de Cultura da Ilha da Madeira de São Paulo, José Manoel Bettencourt, considerou que o maior problema que os portugueses enfrentam hoje é mesmo agendar atendimentos nos Consulados portugueses no Brasil, que estão sobrecarregados.

"Aqui o que nós mais temos dificuldade é agendar [para fazer ou atualizar] documentação (...) O Governo português tem que dar um jeito de melhorar esse atendimento", pontuou.

O empresário José de Sá, que constituiu família no Brasil, mas mora em Portugal, considerou que um dos maiores desafios que os portugueses no Brasil enfrentam é a burocracia.

"O português no Brasil precisa de apoio na parte burocrática. Especialmente para os filhos e netos de portugueses. Sou português, casado com uma brasileira, os meus filhos são brasileiros, tenho netos brasileiros e tenho um bisneto brasileiro. E, no entanto, eu ainda tenho dificuldades", contou. 

"Estou residindo agora em Portugal, há dois anos, e estou ainda com dificuldade para que a minha mulher tenha nacionalidade portuguesa. Somos casados há 69 anos", completou José de Sá.

Já António de Almeida e Silva, presidentedo Conselho da Casa de Portugal de São Paulo, defendeu que as autoridades portuguesas deveriam também considerar os desafios económicos das organizações culturais que mantêm as tradições do país vivas no exterior.

"Portugal, sendo um país de comunidades como é, tinha que, digamos, acarinhar mais as comunidades ajudando as nossas associações. Algumas precisam de ajuda do Governo português para sobreviver, para cumprir o seu papel primordial. E, às vezes, falta isso. Então, diria que, em resumo, Portugal deveria acarinhar mais as suas associações espalhadas pelo mundo", concluiu.

A 14.ª cimeira luso-brasileira seguirá o modelo da edição anterior, realizada em Lisboa, em 2023, e será precedida, na terça-feira, por uma visita de Estado do presidenteportuguês, incluindo uma passagem pela cidade do Recife, onde receberá um título 'honoris causa'.

No âmbito da cimeira, haverá um encontro entre o primeiro-ministro português e o presidentebrasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, seguido de reuniões e da assinatura de vários acordos bilaterais.

Segundo dados do Observatório da Emigração, residem no Brasil cerca de 145.000 portugueses, mas este número pode ser superior porque a inscrição consular não é obrigatória.

Leia Também: China e Brasil reafirmam em Munique compromisso com a paz na Ucrânia

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