Venezuela investiga ataque em território em disputa com a vizinha Guiana

O Ministério Público da Venezuela (MPV) anunciou que iniciou uma investigação sobre as circunstâncias em que várias pessoas ficaram feridas, na última terça-feira, na Guiana Essequiba, território em disputa com a vizinha Guiana.

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Lusa
19/02/2025 23:43 ‧ há 2 dias por Lusa

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Venezuela

"O MP informa que, no exercício das suas competências constitucionais e legais, iniciou uma investigação penal sobre os acontecimentos de 18 de fevereiro de 2025 no território do Estado de Guiana Essequiba, em que um grupo de pessoas foi ferido em resultado da ação das forças de segurança da República Cooperativa da Guiana", explica um comunicado.

 

O documento foi divulgado depois de o Presidente da Guiana, Irfaan Ali, ter dito, na terça-feira, que as autoridades guianenses estão a realizar uma investigação exaustiva sobre um "grave" ataque a seis soldados, no rio Cuyuni, perto da fronteira com a Venezuela.

Segundo a Força de Defesa da Guiana (GDF) os soldados guianenses foram alegadamente por atiradores mascarados do lado venezuelano.

No comunicado divulgado hoje o MPV sublinha que foram nomeados dois procuradores e que "o território da Guiana  Essequiba é parte integrante do território da República Bolivariana da Venezuela" e que o Ministério Público "é competente para julgar os atos puníveis aí cometidos".

Também que no âmbito da investigação criminal, o MPV irá entrevistar um grupo de feridos nos acontecimentos em questão, que estão a receber cuidados médicos das autoridades venezuelanas.

"O Estado venezuelano (...) mantém-se unido e alerta sob a guia dos princípios da nossa Constituição na defesa irrestrita da soberania nacional", conclui.

Segundo a agência EFE, o Presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse na terça-feira que as autoridades guianenses estão a conduzir uma investigação exaustiva sobre o "grave" ataque a seis soldados no rio Cuyuni, perto da fronteira com a Venezuela.

"Estamos a levar isto muito a sério (...) temos de fazer a avaliação, mesmo que seja um grupo armado ou qualquer uma dessas organizações que operam no lado venezuelano da fronteira. Isto é grave, porque eles dispararam contra uniformizados", disse Ali, segundo a imprensa local.

Segundo a Força de Defesa da Guiana (GDF), os seis militares que foram tiroteados foram transportados para uma instituição hospital para receber tratamento.

"Vamos receber a avaliação e depois discutiremos o nosso procedimento, que é importante para a proteção dos nossos homens e mulheres de uniforme e também da nossa soberania", disse o presidente guianense.

Segundo Omar Khan, chefe do Exército da Guiana, os soldados feridos estão em estado crítico.

O Ministério de Relações Exteriores (MRE) da Venezuela acusou, terça-feira, o Governo da Guiana de divulgar "uma notícia falsa" para desviar a atenção sobre "violações do direito internacional" cometidos pelo vizinho país.

"Trata-se de uma operação de falsa bandeira e de uma notícia falsa desenhada para manipular a opinião pública e desviar a atenção das violações do direito internacional que comete a Guiana na Guiana Essequiba", explicou o MRE em um comunicado divulgado no Telegram.

A região de Essequibo, que aparece nos mapas venezuelanos como "zona em reclamação", está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra.

Com cerca de 160 mil quilómetros quadrados, Essequibo é rico em petróleo, representa mais de dois terços do território da Guiana e abriga cerca de um quinto da população, ou cerca de 125 mil pessoas.

A reivindicação da Venezuela tornou-se mais premente desde que a ExxonMobil descobriu petróleo em Essequibo, em 2015, tendo a tensão entre os dois países aumentado desde então.

Para a Venezuela, o rio Essequibo devia ser a fronteira natural, como era em 1777, durante a época do império espanhol. A Guiana argumenta que a fronteira, que remonta à era colonial britânica, foi ratificada em 1899 por um tribunal arbitral em Paris.

Leia Também: Bolsonaro diz-se perseguido pela Justiça e compara Brasil à Venezuela

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