"Parece-me que vão agora tentar colocar os russos contra os chineses. Os russos devem impedir isso", afirmou o líder bielorrusso num comunicado divulgado pela Presidência, acreditando que o fim do conflito na Ucrânia teria consequências positivas e negativas para a Bielorrússia, particularmente económicas.
"Não sabemos o que os Estados Unidos querem. Não sabemos o que vão pedir aos russos para colocar um fim à guerra" na Ucrânia, afirmou.
Desde a ligação entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o homólogo russo, Vladimir Putin, em 12 de fevereiro, Moscovo e Washington têm dito querer que a sua relação parta de uma nova base. Trump reverteu completamente a posição norte-americana sobre a guerra na Ucrânia, assumindo a retórica do Kremlin sobre a responsabilidade de Kiev.
A Ucrânia foi invadida pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, com o Kremlin a afirmar que pretendia proteger-se contra a ameaça da NATO e pela desnazificação da Ucrânia.
De acordo com Alexander Lukashenko, um possível acordo entre Trump e Putin sobre um vasto leque de questões, incluindo o fim das sanções dos Estados Unidos e a retoma da cooperação económica entre os dois países, poderá afetar as empresas bielorrussas.
"Se todas estas empresas estrangeiras, primeiro as norte-americanas, depois as europeias, regressarem [à Rússia], não será fácil competir", alertou.
Um acordo seria, portanto, "algures benéfico para nós, mas por outro lado não".
A Bielorrússia está a ser prejudicada por pesadas sanções ocidentais pela repressão em 2020 aos movimentos de protesto sem precedentes contra Lukashenko, no poder desde 1994 nesta antiga república soviética, bem como pelo seu apoio logístico ao ataque russo à Ucrânia em fevereiro de 2022.
O líder bielorrusso é um aliado próximo de Vladimir Putin, a quem recentemente chamou "irmão mais velho".
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