"Não vamos autorizar (na próxima segunda-feira) o prolongamento das sanções contra pessoas singulares. Teremos de ver como evoluem as negociações entre os Estados Unidos e a Rússia até lá", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) húngaro, Péter Szijjártó, num comunicado sobre a próxima reunião do Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE).
Szijjártó acrescentou que haverá que esperar até 10 de março para votar sobre as eventuais sanções, altura em que se decidirá que medidas se justificam, uma vez que as sanções atualmente em vigor expiram a 15 de março.
O Governo do primeiro-ministro ultranacionalista, Viktor Orbán, é um aliado próximo dos Presidentes norte-americano, Donald Trump, e russo, Vladimir Putin.
O chefe da diplomacia húngara voltou a criticar a UE por causa dos planos para apoiar a Ucrânia com cerca de 20 mil milhões de euros.
"Os políticos europeus que apoiam a guerra [na Ucrânia] estão a precipitar-se e a tentar levantar obstáculos aos processos de paz", sustentou Szijjártó.
A Hungria não aprovará que 20 mil milhões de euros "do dinheiro dos cidadãos europeus" sejam utilizados para que a Ucrânia continue a guerra, sublinhou.
As relações do Governo húngaro com o Governo ucraniano são tensas, uma vez que Kiev considera que Orbán e o seu executivo apoiam as posições russas.
Budapeste recusou-se a enviar armas para Kiev e, de um modo geral, opõe-se às sanções impostas pela UE à Rússia devido à sua invasão da Ucrânia, embora tenha sempre aprovado os pacotes punitivos.
Orbán afirmou na quarta-feira que a UE, com as sanções à Rússia, não está a considerar as "novas realidades" geopolíticas que surgiram com a chegada ao poder de Trump e o início das negociações entre Washington e Moscovo.
O MNE húngaro encontra-se atualmente em Washington, onde tem reuniões agendadas, entre outros, com o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz.
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