O veto impede a AP de aceder a eventos na Casa Branca (presidência) e de viajar no 'Air Force One' como parte do grupo de imprensa presidencial.
O IPI, uma rede de jornalistas, assessores de imprensa e editores de 100 países, rejeitou a "tentativa de punir a AP", uma das principais agências de notícias do mundo, pelas suas "decisões editoriais independentes".
"Esta medida surge num contexto de aumento das pressões sobre a liberdade de imprensa nos Estados Unidos", declarou o instituto com sede em Viena citado pela agência espanhola EFE.
A proibição surgiu depois de a AP se ter recusado a adotar o nome "Golfo da América" e ter continuado a utilizar o internacionalmente reconhecido Golfo do México no seu guia de estilo.
A mudança de nome do Golfo do México foi imposta por uma ordem executiva de Trump em janeiro.
A agência explicou que, embora mencionasse o novo nome na cobertura nacional, manteria a designação original porque o seu âmbito é global e a mudança só é válida dentro do território dos Estados Unidos.
"O IPI e a nossa rede global apelam à administração dos Estados Unidos para que ponha fim a todas as restrições (...) e defenda plenamente os direitos da Primeira Emenda de todos os meios de comunicação social", afirmou o diretor-executivo do IPI, Scott Griffen.
A Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos foi adotada em 1791 e impede o Congresso de, entre outras questões, limitar a liberdade de imprensa.
Em resposta à decisão da agência de manter o nome original, a administração Trump impediu, na semana passada, os correspondentes da AP de participarem em eventos na Sala Oval.
Na quinta-feira, a Casa Branca impediu um jornalista da AP de entrar numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
Um dia depois, impediu um repórter e um fotógrafo acreditados de entrar no avião presidencial em que Trump viajava.
De acordo com a agência noticiosa, membros do governo norte-americano acusaram a AP de espalhar mentiras e desinformação aos seus leitores por ter utilizado o termo "Golfo do México".
A editora-chefe da AP, Julie Pace, descreveu as pressões da administração Trump contra a agência como "uma escalada profundamente preocupante" e uma violação da liberdade de expressão protegida pela Constituição dos Estados Unidos.
A agência de notícias Associated Press foi fundada em maio de 1846.
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