"Eu não vou pôr em cima da mesa, nem perante [o Presidente dos Estados Unidos] Donald Trump, nem perante [o Presidente russo] Vladimir Putin, o que estou e não estou disposto a fazer, até que seja claro que vamos participar no processo de paz" da Ucrânia, declarou hoje Pistorius à estação de rádio Deutschlandfunk.
"Estou um pouco surpreendido com o facto de diversos europeus estarem a apressar-se a dizer o que estão dispostos a fazer e o que não estão", afirmou, depois de o chanceler alemão, Olaf Scholz, ter na segunda-feira classificado como "prematuro" e "inapropriado" o debate sobre o possível envio de forças de paz para a Ucrânia.
Pistorius instou a que o papel europeu seja levado a sério e a que se deixe de emitir uma "cacofonia de opiniões".
"Acima de tudo, temos de parar de comunicar ao 'peacemaker' (pacificador) da Casa Branca a forma como devemos reagir", sublinhou o político social-democrata.
O titular da pasta da Defesa alemão considerou que é louvável que Washington queira impulsionar o processo de paz, mas defendeu que tal "não se pode fazer" sem a participação ucraniana e que também não é viável deixar exclusivamente nas mãos da Europa a manutenção da paz futura.
Alguns dos principais líderes europeus participam hoje na segunda reunião de emergência convocada esta semana pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, depois de os Estados Unidos e a Rússia terem mantido na terça-feira as primeiras conversações diretas desde a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, e terem acordado tomar medidas para começar a normalizar as suas relações.
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