"Estamos na situação mais perigosa em muitos, muitos anos. É por isso que, devido à ameaça russa, para defender a Dinamarca e evitar a guerra, estamos a insistir num novo reforço da nossa defesa", afirmou Frederiksen numa conferência de imprensa.
Com esta afetação, o país gastará 3,2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) na área da Defesa, revelou o ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen.
"Comprar, comprar, comprar. Comprem o que possam, aqui e agora, para contribuir para uma defesa mais forte e, por conseguinte, para uma dissuasão mais forte", disse Mette Frederiksen num apelo aos países europeus para que aumentem os gastos em Defesa.
O ministro da Defesa anunciou também que a Dinamarca investirá um total de 120 mil milhões de coroas (16,1 mil milhões de euros) até 2033, incluindo o montante anunciado hoje.
"Agora só há uma coisa que importa, que é a rapidez. Porque a triste realidade é que estamos atrasados", sublinhou a primeira-ministra dinamarquesa.
Para a líder do executivo da Dinamarca, não se pode perder tempo com "processos longos e concursos complicados," argumentando que "a Rússia produz mais munições em três meses do que a NATO num ano".
Mette Frederiksen destacou que o país terá o maior orçamento de defesa da sua história nos próximos anos, mas advertiu que para tal será necessário um plano económico, a apresentar no final de 2025, e que serão necessários "sacrifícios".
A medida de emergência será financiada através do excedente das contas públicas dos últimos anos e com a adoção de medidas para "aliviar" a política financeira, afirmou a chefe do Governo dinamarquês, que lidera um executivo de coligação com duas forças liberais.
"A Dinamarca não é o único país que se está a fortalecer, toda a Europa se está a fortalecer", salientou Frederiksen.
A primeira-ministra dinamarquesa isentou também a Ucrânia de qualquer responsabilidade na guerra com a Rússia e garantiu que o seu único desejo "é a paz".
Na sequência de uma reunião de emergência dos chefes de governo europeus, realizada em Paris na segunda-feira para debater a Ucrânia e a segurança europeia, Mette Frederiksen advertiu na altura que "a Rússia está, infelizmente, a ameaçar toda a Europa".
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, o apoio militar dinamarquês à Ucrânia atingiu cerca de 7,2 mil milhões de euros, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros dinamarquês.
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