"Ajudarei enquanto puder ser útil", respondeu Musk, quando questionado se tencionava trabalhar com a administração Trump durante os quatro anos de mandato do Presidente, segundo extratos da dupla entrevista transmitida na quarta-feira.
Desde que regressou à presidência, no final de janeiro, Trump comprometeu-se a reduzir a despesa pública, uma tarefa que confiou a Musk e ao Departamento para a Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês).
O homem mais rico do mundo, um dos principais financiadores da campanha de Trump, está a utilizar os vastos poderes que lhe foram conferidos para reestruturar e desmantelar agências federais.
O papel do patrão da Tesla e da SpaceX levanta questões sobre possíveis conflitos de interesses, uma vez que as agências em questão podem ter um papel regulador em algumas das suas atividades empresariais.
Na dupla entrevista, Trump não poupou elogios ao seu conselheiro próximo, descrevendo-o como brilhante, honesto e um "homem de negócios muito bom e sólido".
Também rejeitou as preocupações sobre possíveis conflitos de interesses, levantadas pelo facto de Musk ser ele próprio beneficiário de importantes contratos federais.
"Se houver algum conflito de interesses, ele vai acabar com ele. E se não o fizer, eu ponho-lhe um ponto final. Se houvesse um conflito de interesses, eu iria ter com ele", garantiu o Presidente, segundo a agência francesa AFP.
Trump disse que atribuiu a Musk tarefas importante e que tudo o que o empresário faz "está sob o microscópio".
"Quero dizer, toda a gente o observa. Se houver um conflito de interesses, vai-se ler algures dois minutos depois", acrescentou.
Elon Musk argumentou que o DOGE registou as ações que estava a tomar no respetivo sítio Web e que esta transparência permitia que fosse responsabilizado.
"A possibilidade de eu poder escapar a isto é zero", afirmou.
Um funcionário da Casa Branca (presidência) esclareceu recentemente, numa declaração ao tribunal, que Musk não chefiava oficialmente o DOGE e que, tal como os outros conselheiros especiais do Presidente, não tinha "qualquer autoridade real ou formal para tomar decisões".
Questionado pelos jornalistas em Mar-a-Lago (Florida) sobre a posição oficial de Musk, na terça-feira, Trump respondeu que se trata de um patriota.
"Por isso, sabem, podem chamar-lhe empregado, podem chamar-lhe consultor. Podem chamar-lhe o que quiserem. Mas ele é um patriota", disse Trump.
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