As duas partes discutiram formas de ultrapassar os "numerosos inconvenientes" herdados das anteriores administrações norte-americanas, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo num comunicado citado pela agência francesa AFP.
"Especificamente, a parte americana foi convidada a considerar a possibilidade de restabelecer ligações aéreas diretas", acrescentou.
A reunião na Turquia, que ilustra a retoma dos contactos iniciada pelos presidentes norte-americano, Donald Trump, e russo, Vladimir Putin, centrou-se na facilitação do trabalho das respetivas embaixadas.
De acordo com o ministério russo, as "discussões decorreram de uma forma substantiva e profissional" e as duas partes concordaram em prosseguir o diálogo da mesma forma.
Sobre o trabalho das embaixadas, "foram acordadas medidas conjuntas para garantir o financiamento sem entraves das atividades das missões diplomáticas", referiu.
As duas partes também discutiram a devolução de "seis propriedades ilegalmente apreendidas entre 2016 e 2018" nos Estados Unidos, pertencentes à Rússia, segundo Moscovo.
A reunião à porta fechada na cidade turca foi o segundo encontro entre diplomatas dos dois países.
Uma primeira reunião ocorreu em 18 de fevereiro na Arábia Saudita, após uma conversa telefónica entre Putin e Trump, a 12 de fevereiro.
Moscovo e Washington afirmaram que pretendem restabelecer totalmente as relações bilaterais, o que suscitou o receio de que Kiev e os seus aliados europeus sejam marginalizados na resolução do conflito na Ucrânia.
Após as conversações na Arábia Saudita, os dois países afirmaram querer restabelecer o funcionamento normal das embaixadas e consulados, após vários anos de expulsões de representantes das missões diplomáticas dos Estados Unidos e da Rússia.
Putin ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022 para "desmilitarizar e desnazificar" Kiev, depois de os Estados Unidos e os aliados ocidentais terem recusado garantir que a antiga república soviética não se tornaria membro da NATO.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares de três anos de guerra, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
Leia Também: Hungria reitera oposição à adesão da Ucrânia à União Europeia