Chanceler e líder conservador alemães declaram apoio a Zelensky

O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o líder conservador vencedor das últimas eleições, Friedrich Merz, declararam hoje o apoio ao Presidente ucraniano após uma discussão pública de Volodymyr Zelensky em Washington com o anfitrião Donald Trump.

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© Christoph Reichwein - Pool/Getty Images

Lusa
28/02/2025 21:14 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Ninguém quer mais a paz do que o povo da Ucrânia! É por isso que estamos a trabalhar em conjunto para encontrar o caminho para uma paz duradoura e justa. A Ucrânia pode contar com a Alemanha e a Europa", afirmou Scholz numa declaração divulgada à imprensa.

 

Friedrich Merz, provável sucessor de Scholz, recorreu ao X para declarar o seu "apoio" a Zelensky.

"Caro Volodymyr Zelensky, apoiamos a Ucrânia nos bons e nos maus momentos. Nunca devemos confundir o agressor e a vítima nesta guerra terrível", escreveu Friedrich Merz, cujo partido CDU (conservador) está a negociar com o SPD (social-democrata) uma coligação de governo depois de ter ganho as últimas eleições.

Antes, a chefe da diplomacia alemã reagiu ao confronto entre Trump e Zelensky, em Washington, afirmando que a Ucrânia "não está sozinha" e "pode contar" com a Alemanha e a Europa.

"A Alemanha e os nossos aliados europeus mantêm-se unidos ao lado da Ucrânia e contra a agressão russa. A Ucrânia pode contar com o apoio inabalável da Alemanha, da Europa e não só", escreveu a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, nas redes sociais X e Bluesky.

As mensagens foram publicadas pouco depois de Zelensky abandonar prematuramente a Casa Branca, após uma reunião com Trump na Sala Oval, perante a comunicação social, que se tornou num confronto verbal sem precedentes.

Trump, erguendo a voz, ameaçou o seu convidado de "abandonar" a Ucrânia se este não fizer concessões à Rússia.

"Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz", disse Donald Trump numa mensagem na sua rede social, Truth Social, logo a seguir à sua partida precipitada.

A assinatura de um acordo sobre os minerais, hidrocarbonetos e infraestruturas ucranianas, para a qual o chefe de Estado da Ucrânia se tinha deslocado a Washington, não se realizou, nem a conferência de imprensa conjunta que estava prevista no final do encontro.

Trump acusou também o homólogo ucraniano, que também ali estava em busca do apoio de Washington, após três anos de guerra com a Rússia, de ter "faltado ao respeito aos Estados Unidos" na Sala Oval, sublinhando que os Estados Unidos deram à Ucrânia muito dinheiro e que ele "devia estar mais grato".

Numa cena de tensão sem precedentes, que se prolongou por vários minutos e que envolveu também o vice-presidente norte-americano, JD Vance, os três dirigentes levantaram a voz e falaram uns por cima dos outros várias vezes.

Trump criticou em especial Zelensky por "se ter colocado numa posição muito má" em relação à Rússia e disse-lhe que ele "não tinha as cartas na mão", quanto ao desenlace da guerra.

"Você está a brincar com a vida de milhões de pessoas. Está a brincar com a terceira guerra mundial (...)", disse-lhe ainda Trump, visivelmente irritado.

Leia Também: Alemanha: Chanceler interino Scholz recebeu hoje possível sucessor

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