Orbán diz que Trump lutou "bravamente por paz" na altercação com Zelensky

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, defendeu hoje que Donald Trump lutou "bravamente pela paz", numa reação ao confronto na Casa Branca entre o Presidente norte-americano e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em contraciclo com a maioria dos líderes europeus.

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© ATTILA KISBENEDEK/AFP via Getty Images

Lusa
28/02/2025 21:29 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Os homens fortes fazem a paz, os homens fracos fazem a guerra. Hoje o presidente Donald Trump lutou bravamente pela paz. Mesmo que para muitos fosse difícil de digerir. Obrigado, Sr. Presidente!", frisou o governante húngaro, numa mensagem na rede social X.

 

O líder nacionalista húngaro é um aliado do Presidente russo Vladimir Putin e tem relações tensas com a Ucrânia.

A reação de Orbán surge em contraciclo com a manifestação de apoio a Zelensky pela maioria dos líderes europeus, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen ou o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e líderes de vários países como Portugal, Espanha, França ou Alemanha.

Volodymyr Zelensky deixou hoje prematuramente a Casa Branca, após um confronto verbal sem precedentes com Donald Trump na Sala Oval, em que o Presidente norte-americano, erguendo a voz, ameaçou o seu convidado de "abandonar" a Ucrânia se este não fizer concessões à Rússia.

"Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz", disse Donald Trump numa mensagem na sua rede social, Truth Social, logo a seguir à sua partida precipitada.

A assinatura de um acordo sobre os minerais, hidrocarbonetos e infraestruturas ucranianas, para a qual o chefe de Estado da Ucrânia se tinha deslocado a Washington, não se realizou, nem a conferência de imprensa conjunta que estava prevista no final do encontro.

Trump acusou também o homólogo ucraniano, que também ali estava em busca do apoio de Washington, após três anos de guerra com a Rússia, de ter "faltado ao respeito aos Estados Unidos" na Sala Oval, sublinhando que os Estados Unidos deram à Ucrânia muito dinheiro e que ele "devia estar mais grato".

Numa cena de tensão sem precedentes, que se prolongou por vários minutos e que envolveu também o vice-presidente norte-americano, JD Vance, os três dirigentes levantaram a voz e falaram uns por cima dos outros várias vezes.

Trump criticou em especial Zelensky por "se ter colocado numa posição muito má" em relação à Rússia e disse-lhe que ele "não tinha as cartas na mão", quanto ao desenlace da guerra.

Ameaçou-o, dizendo-lhe "faça um acordo [com a Rússia] ou deixamo-lo ficar mal", e acrescentando que será "muito difícil" negociar com o líder ucraniano.

"Você está a brincar com a vida de milhões de pessoas. Está a brincar com a terceira guerra mundial (...)", disse-lhe ainda Trump, furioso.

Leia Também: Presidente do Parlamento Europeu assegura que Zelensky "nunca está só"

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