De acordo com o Ministério da Defesa russo, as forças ucranianas dispararam três drones contra a estação Russkaya localizada na aldeia de Gay-Kodzor, na região sul de Krasnodar, adianta a agência noticiosa francesa AFP.
Os três drones "foram abatidos a uma distância segura da estação" pela defesa antiaérea e não provocaram qualquer interrupção no seu funcionamento, relatou o ministério, em comunicado.
Em janeiro passado, a mesma estação foi atacada por nove drones ucranianos e um edifício e alguns equipamentos foram ligeiramente danificados pelos destroços, refere a AFP, citando a fonte russa.
Segundo Moscovo, estes ataques visam "suspender o fornecimento de gás aos países europeus" através do TurkStream, um gasoduto essencialmente subaquático no Mar Negro.
O ministro das Relações Exteriores [Negócios Estrangeiros] russo, Sergei Lavrov, pediu hoje a Ancara (Turquia), durante uma conversa telefónica com seu homólogo turco, Hakan Fidan, que pressionasse Kyiv para parar esses ataques.
"Fidan garantiu que as medidas necessárias seriam tomadas", segundo um comunicado de imprensa do ministério russo, citado pela AFP.
Inaugurado em 2020, o gasoduto TurkStream tem capacidade para transportar 31,5 mil milhões de m3 (metros cúbicos) de gás por ano e liga o sul da Rússia à Turquia. A partir daí, permite que a gigante russa de fornecimento de gás Gazprom abasteça o sudeste e o sul da Europa, especialmente a Hungria e os países dos Balcãs.
Este gasoduto tornou-se ainda mais importante para Moscovo e para os seus últimos clientes europeus desde que o trânsito de gás através da Ucrânia foi interrompido a 01 de janeiro passado.
Desde então, o TurkStream tem sido o único gasoduto operacional que liga os territórios russos e europeus.
A Ucrânia não fez comentários, segundo a AFP, mas apelou repetidamente à redução dos lucros inesperados do petróleo e do gás que permitem à Rússia financiar a sua ofensiva militar, apesar da sua grande retirada do mercado europeu devido a sanções e à sabotagem dos oleodutos Nord Stream no Mar Báltico em Setembro de 2022.
Em meados de fevereiro, a Rússia também acusou a Ucrânia de ter atingido com drones um oleoduto que transportava petróleo do Cazaquistão do Mar Cáspio para o Mar Negro, que é depois transportado para a Europa, o que terá causado uma queda no volume de bombeamento.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e já provocou dezenas de milhares de mortos, de ambos os lados, deslocados e destruição de muitas cidades ucranianas desde a invasão da Rússia.
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