"A China apoia a soberania do Panamá sobre as operações do canal e está empenhada em mantê-lo como uma via fluvial internacional permanentemente neutra", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.
O porta-voz afirmou que a ideia de que a China tem o controlo total sobre o canal é "completamente falsa".
Questionado sobre a venda dos portos de Balboa e Cristobal pelo conglomerado de Hong Kong CK Hutchison a um consórcio liderado pela norte-americana BlackRock, Lin recusou-se a comentar e lembrou que o Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong já se pronunciou sobre a questão.
"A China não comenta transações comerciais. Apoiamos e promovemos o investimento e o desenvolvimento no estrangeiro e acreditamos que todas as partes devem proporcionar um ambiente justo e imparcial às empresas envolvidas", acrescentou.
A venda dos portos panamianos, operados desde 1997 pela Companhia de Portos do Panamá (PPC), surge após meses de pressão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que insistiu em "recuperar" a via navegável devido à alegada influência chinesa, algo que tanto o Governo panamiano como a administração do Canal rejeitaram.
O acordo, avaliado em 22,8 mil milhões de dólares (21,63 mil milhões de euros), inclui também a transferência da participação da CK Hutchison em 43 outros portos de 23 países, embora exclua os terminais na China e Hong Kong.
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