O Sudão do Sul, o Estado mais jovem do mundo, rico em petróleo, mas extremamente pobre, é atormentado por lutas pelo poder, corrupção e conflitos étnicos.
No final de fevereiro, várias organizações multilaterais e não-governamentais alertaram para o aumento das tensões no norte do país, manifestando preocupação com o risco de "violência generalizada".
"O honorável Puot Kang Chol [aliado do vice-Presidente, Riek Machar], vários membros da sua família e os seus guarda-costas foram detidos na sua residência em Juba", escreveu o porta-voz do ministro, Sirir Gabriel Yiei Ruot, na rede social Facebook, acusando as forças leais ao Presidente, Salva Kiir, de terem efetuado a operação.
Na terça-feira, o general Gabriel Duop Lam, outro aliado de Machar e oficialmente o 'número dois' do exército regular do Sudão do Sul (SSPDF, na sigla em inglês), já tinha sido detido, segundo o porta-voz de Machar, Pal Mai Deng.
As SSPDF, leais ao Presidente, também cercaram a casa do vice-Presidente, disse a mesma fonte.
Desde a independência do Sudão em 2011 que o Sudão do Sul tem sido assolado pela violência, que impediu o país de recuperar da sangrenta guerra civil protagonizada por Kiir e Machar e que causou a morte de quase 400.000 pessoas e quatro milhões de deslocados entre 2013 e 2018.
Um acordo de paz foi assinado em 2018, prevendo, entre muitos outros termos, a construção de um exército unificado, destinado a reunir as forças armadas que se combateram durante a guerra civil e a garantir a segurança em todo o país.
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