Partido curdo acusa Turquia de contrariar proposta de paz

O Partido dos Trabalhadores do Curdistão acusou hoje a Turquia de colocar obstáculos à proposta de paz apresentada pelo líder histórico daquela formação política.

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Lusa
14/03/2025 12:21 ‧ há 1 hora por Lusa

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Abdullah Ocalan, 75 anos, está preso na Turquia propôs um cessar-fogo e posterior dissolução do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) na sequência da campanha militar de grande escala da Turquia.

 

Cemil Bayik, dirigente co-fundador do partido disse hoje que o PKK respondeu ao apelo de Ocalan afirmando que o partido está pronto a "dar o passo" mas alertou que há formalismos que neste momento não se podem realizar acusando a Turquia de manter o estado de guerra. 

Para Bayik a implementação de um cessar-fogo poderia iniciar o processo de dissolução do PKK e a entrega do armamento mas frisa que Ancara não demonstrou vontade em parar os combates.

"O Estado turco não parou de lutar. Todos os dias há sobrevoos de aviões de reconhecimento, todos os dias há bombardeamentos e ataques com artilharia e tanques. Toda a gente sabe que a realização de um congresso nestas condições é impossível e perigosa", disse à estação de televisão curda Sterk TV.

Por outro lado, Cemil Bayik acusou o Governo turco de tentar criar problemas e "caos" para bloquear o início de um eventual processo de paz.

O dirigente pediu ainda libertação do líder histórico do PKK Abdullah Ocalan que se encontra na prisão da ilha turca de Imrali, depois de ter sido extraditado do Quénia em 1999.

"Todos devem dizer que Ocalan deve ser libertado para que possa cumprir o papel de líder. A iniciativa apresentada só pode progredir desta forma", sublinhou Bayik.

O apelo considerado histórico de Ocalan pode vir a ter um impacto positivo na região do Médio Oriente, disse ainda Bayik referindo-se ao acordo alcançado entre as autoridades curdo-sírias e o novo governo de transição de Damasco criado após a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024.

Este acordo prevê a integração das administrações curdas no Estado sírio.

Na sequência do apelo de Ocalan o PKK declarou um cessar-fogo com a Turquia no passado dia 01 de março afirmando que pretende facilitar a implementação da paz e o desarmamento.

O governo turco e o PKK, partido político fundado em 1978 que pegou em armas seis anos depois, já mantiveram conversações de paz em 2013.

Os contactos iniciados em 2013 fracassaram em 2015 e foram seguidas por um agravamento dos combates nas zonas de maioria curda no sul da Turquia.

Embora o PKK tenha apelado à criação de um Estado independente defende atualmente uma maior autonomia nas zonas de maioria curda, principalmente no leste e sudeste da Turquia.

Trata-se de uma zona considerada pelo PKK como "Curdistão histórico", que também se estende a partes da Síria, do Iraque e do Irão.

Leia Também: José Morais 'castiga' dupla portuguesa e 'foge' da descida na Turquia

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