O anterior regime foi derrubado em dezembro do ano passado na sequência de numa ofensiva lançada por extremistas islâmicos e grupos armados liderados pelo grupo Hayat Tahrir al Sham (HTS).
Hoje, o coordenador humanitário da ONU para a Síria, Adam Abdelmoula, disse que os deslocados internos e refugiados estão a regressar aos locais onde moravam, prevendo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) que o número atinja os 3,5 milhões de pessoas até ao final do ano.
Abdelmoula afirmou que a situação sublinha a necessidade urgente de ações de recuperação e reintegração na Síria, país afetado por uma grave crise devido à guerra civil desencadeada em 2011 após a repressão contra os protestos pró-democracia no âmbito dos movimentos da "Primavera Árabe".
O mesmo responsável sublinhou que 16,5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, o que faz com a situação da Síria seja considerada uma das maiores crises humanitárias atualmente a nível mundial.
Por outro lado, Abdelmoula frisou que os confrontos das últimas semanas degradaram ainda mais as circunstâncias em que se encontra a população civil na Síria.
Segundo as Nações Unidas, os principais obstáculos são a falta de serviços básicos e os riscos de segurança, especialmente devido às hostilidades no norte, palco da ofensiva contra as forças curdas, assim como a violência na zona costeira onde as forças de segurança lançaram uma ofensiva contra grupos leais a Bashar al-Assad, de minoria alauita.
"Para evitar mais sofrimento, todas as partes devem empenhar-se em desanuviar a situação e respeitar o direito humanitário internacional", afirmou Abdelmoula.
Para as Nações Unidas a crise económica, incluindo a escassez de dinheiro e o aumento dos preços, está a afetar as operações humanitárias, nomeadamente no nordeste do país.
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