Os jornalistas foram detidos após a transmissão de um programa na Ethiopian Broadcasting Service (EBS), no qual uma mulher "afirmou ter sido raptada e violada por homens com uniforme militar enquanto era estudante em 2020", disse o CPJ num comunicado.
Mais tarde, durante uma entrevista num canal público, a mulher retirou as suas declarações.
O fundador da EBS pediu desculpa e disse que "descobriu que as alegações foram inventadas depois de o programa ter sido transmitido".
De acordo com documentos judiciais que a CPJ teve acesso, os jornalistas são acusados de "incitar conflitos" e "ameaçar a ordem constitucional" com o objetivo de "derrubar o Governo" em coordenação com milícias na região de Amhara, a segunda região mais populosa do país.
A justiça determinou que os jornalistas, assim como a mulher que fez as acusações, devem ficar em prisão preventiva durante 14 dias.
"Deter os jornalistas sob acusações de terrorismo é uma resposta desproporcional às preocupações sobre violações da ética jornalística, especialmente porque a EBS já foi sujeita a sanções regulamentares", disse Muthoki Mumo, coordenador do CPJ para a África.
As autoridades da Etiópia são regularmente criticadas pelas ONG de defesa dos direitos humanos pela sua repressão de vozes dissidentes.
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