Hamas diz que jovem libertado da prisão por Israel prova violações flagrantes

O grupo islamita Hamas afirmou hoje que a recente libertação de um jovem que foi detido aos 13 anos e passou uma década numa prisão prova as "violações flagrantes" de Israel contra presos palestinianos.

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© MAHMUD HAMS/AFP via Getty Images

Lusa
11/04/2025 13:41 ‧ há 4 dias por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Gaza, Palestina, 11 abr 2025 (Lusa) -- O grupo islamita Hamas afirmou hoje que a recente libertação de um jovem que foi detido aos 13 anos e passou uma década numa prisão prova as "violações flagrantes" de Israel contra presos palestinianos.

 

"O abuso brutal e sistemático de prisioneiros nas prisões da ocupação sionista, incluindo os libertados, (...) são atos sádicos e fascistas que só podem ser perpetrados por uma autoridade ocupante ilegítima e instável", afirmou o grupo, em comunicado.

O Hamas referia-se ao caso do palestiniano Ahmad Manasra, que Israel libertou na quinta-feira depois de quase 10 anos de prisão, onde entrou aos 13 e onde desenvolveu esquizofrenia.

As autoridades israelitas referem que Ahmad Manasra é um terrorista que tentou matar dois judeus da sua idade, enquanto os palestinianos acusam Telavive de submeter uma criança a uma prisão severa que levou a uma doença mental grave e potencialmente permanente.

Estes atos, sublinhou hoje o Hamas, "representam uma flagrante violação dos princípios mais básicos dos direitos humanos" e constitui "a prova dos crimes da ocupação criminosa contra prisioneiros palestinianos e das flagrantes violações a que as crianças palestinianas são sujeitas".

O grupo islamita apelou à comunidade internacional e às instituições de direitos humanos das Nações Unidas "para que assumam a sua responsabilidade em documentar estas violações brutais" e solicitou uma intervenção urgente para proteger os prisioneiros.

O Hamas pediu ainda, segundo o jornal palestiniano Filastin, que a comunidade internacional "trabalhe para julgar e condenar os líderes da ocupação pelos seus crimes sem precedentes contra a humanidade".

A situação mental de Manasra foi lamentada na quinta-feira pela organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional.

Após a sua libertação, a diretora da organização no Médio Oriente e Norte de África, Heba Morayef, realçou que "nada pode desfazer os anos de injustiça, abuso, trauma e maus-tratos que sofreu atrás das grades".

"Expressamos a nossa mais profunda esperança de que recupere do profundo trauma que sofreu", disse, apelando a que Manasra tenha "acesso adequado aos cuidados médicos de que necessita na sua Jerusalém Oriental natal, sem qualquer discriminação" e que "ele e a sua família sejam protegidos de qualquer forma de intimidação e abuso".

A responsável denunciou os "maus-tratos terríveis" sofridos pelo jovem durante a sua detenção.

Manasra passou um total de nove anos e meio na prisão por acusações que sempre foram questionadas, uma vez que até os tribunais determinaram que não teve qualquer envolvimento nos esfaqueamentos.

Em 2015, Manasra, então com 13 anos, e o seu primo, de 15 anos, invadiram um colonato israelita em Jerusalém Oriental com facas.

O seu primo, identificado como Hassan, feriu gravemente um rapaz israelita de 13 anos que saía de uma loja de doces e esfaqueou um israelita antes de ser morto a tiro pela polícia.

Ahmad Manasra foi, segundo a agência norte-americana de notícias Associated Press (AP), atropelado por um carro, espancado e insultado por peões israelitas. De acordo com a agência noticiosa, um vídeo com milhões de visualizações mostra Manasra deitado na rua, a sangrar da cabeça enquanto israelitas o insultam.

Detido no mesmo dia, o menor foi acusado por tentativa de homicídio após um interrogatório que o seu advogado disse ter sido feito com ameaças e sem a presença de advogados ou dos pais.

Leia Também: Israel anuncia morte de comandante do Batalhão Shujaia do Hamas

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