"Meu amor". Mulher envia mensagens ao marido (refém do Hamas) desde 2023

Omri Miran tem duas filhas. Quando as viu pela última vez, antes de ser sequestrado, eram ainda bebés.

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© Kayla Bartkowski/Getty Images

Notícias ao Minuto
12/04/2025 12:42 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto

Mundo

Médio Oriente

O refém israelita Omri Miran completou 48 anos no cativeiro, em Gaza, na sexta-feira. Foi sequestrado no dia 7 de outubro de 2023 e, três semanas depois, a mulher Lishay começou a enviar-lhe mensagens para o WhatsApp.

 

De acordo com a BBC, Lishay chama-lhe 'Notas para Omri' e revelou que já perdeu a conta ao número de mensagens que enviou. 

"Meu amor, há tantas pessoas que precisas de conhecer quando voltares" ou "Pessoas maravilhosas têm-me ajudado. Estranhos que se tornam próximos", são algumas das mensagens que Lishay foi enviando ao marido ao longo dos últimos 18 meses. 

"A Roni disse-te boa noite à janela como em todas as noites. Ela diz que tu não a ouves e que não te consegue ver. Estás a fazer falta na vida dela e está a ser cada vez mais difícil lidar com a tua ausência", lê-se numa outra mensagem. A última vez que o refém viu as duas filhas eram ainda bebés.

Os reféns que até então foram libertados afirmaram que, pelo menos até julho do ano passado, Omri tinha sido visto com vida. Lishay continua a acreditar que o marido está vivo. No entanto, reconhece que há alturas mais difíceis, como por exemplo, o dia do seu aniversário ou a época festiva se vive, a véspera de Pessach (Páscoa), que é celebrada na noite deste sábado, 12 de abril.

"Pessach é o feriado da liberdade", disse Lishay ao jornalista da BBC, acrescentando que não se sente "livre".

"Acho que ninguém se sente livre em Israel", afirmou. 

Lishay revelou que, desde o ataque de 7 de outubro, nem ela, nem as filhas regressaram à sua casa. No entanto, a mulher contou que, de vez em quando, vai a Nahal Oz para estar perto do marido. Isto porque, a comunidade fica a apenas 700 metros de Gaza e é o mais perto que pode estar de Omri. 

"Eu posso senti-lo lá. Posso falar com ele", acrescentou. 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, partilhou uma mensagem de Páscoa, na sexta-feira, e voltou a prometer às famílias que os reféns regressariam a casa e que os inimigos de Israel seriam derrotados.

Nos últimos dias, tem-se falado de um possível novo acordo. No entanto, Lishay sublinhou que, depois de um primeiro acordo, em novembro de 2023, as famílias "esperaram mais de um ano por outra trégua".

"Por isso agora vamos esperar durante mais um ano? Eles não conseguem sobreviver lá", notou Lishay.

Por enquanto, a mulher de Omri continua a enviar-lhe mensagens de WhatsApp, com a esperança de que os 'tracinhos' cinzentos passem a azul: "Sei que um dia vai acontecer".

A reportagem da BBC revela também que a Praça dos Reféns, em Telavive, assinalou o aniversário de Omri e que estava também posta uma mesa com assentos para os 59 reféns que ainda se encontram sequestrados pelo Hamas, sendo que Israel acredita que apenas 24 ainda estarão vivos. 

A Praça dos Reféns está revestida de símbolos, tais como uma maquete dos túneis de Gaza ou tendas alusivas ao festival de música Supernova, onde morreram centenas de pessoas.

Há ainda bancas de 'merchandising' para apoiar as famílias dos reféns, assim como uma "experiência de realidade virtual". De acordo com a estação televisiva, tudo faz parte de um esforço coletivo para manter a situação dos reféns na atenção público e manter também pressão política no governo de Israel. 

De recordar que, durante a primeira fase do acordo de cessar-fogo, o Hamas entregou 33 reféns e Israel libertou cerca de 1.800 palestinianos das suas cadeias.

Leia Também: Hamas diz que jovem libertado da prisão por Israel prova violações flagrantes

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