Oposição no Gabão reconhece derrota, mas diz que votação foi "opaca"

O opositor do brigadeiro-general Oligui Nguema, Alain-Claude Bilie-By-Nze, que teve 3,02% nas presidenciais no Gabão, reconheceu esta segunda-feira a derrota, mas afirmou que a vitória do adversário aconteceu em condições "opacas e duvidosas".

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© Luc Gnago/Reuters

Lusa
14/04/2025 18:34 ‧ ontem por Lusa

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Gabão

"Eu não ganhei esta eleição, mas será que o vencedor designado a ganhou de facto de forma justa?", questionou o antigo primeiro-ministro e opositor de Oligui Nguema, denunciando o "enchimento de urnas" e a "supressão de votos" durante a contagem.

 

Bilie-By-Nze declarou que "a equidade foi posta em causa pela desproporção de recursos entre um candidato que fez campanha a expensas dos contribuintes e os outros que tiveram de se contentar com os seus recursos pessoais", atribuindo a Oligui Nguema uma "vitória arrebatada em condições opacas e questionáveis".

O brigadeiro-general que derrubou a dinastia Bongo, Brice Clotaire Oligui Nguema, foi eleito à primeira volta com mais de 90% dos votos, 19 meses após o seu golpe de Estado em 30 de agosto de 2023, segundo os resultados provisórios anunciados no domingo pelo Ministério do Interior.

Os outros seis candidatos não ultrapassaram 1% dos votos.

A taxa de participação foi de 70,4%, segundo o Ministério do Interior, que se baseou em 908.916 eleitores registados, após ter anunciado 920.000 na véspera do escrutínio.

"A soma dos votos expressos para cada candidato dá um total de 95,18%, ou seja, 4,82% de votos em falta no contador", afirmou Bilie-By-Nze, expressando "dúvidas legítimas sobre a sinceridade dos números apresentados pelo ministro do Interior".

O candidato Bilie-By-Nze não vai, no entanto, recorrer ao Tribunal Constitucional, que deverá confirmar os resultados provisórios nos próximos dias.

O Gabão, independente da França em 1960, formaliza com estas eleições o fim da dinastia Bongo, no poder desde 1967.

A missão de observação eleitoral da União Africana é liderada pelo antigo primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, e integra 50 observadores de 24 Estados-membros da organização continental, designadamente dos lusófonos Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

Apesar da riqueza petrolífera de que dispõe e do rendimento 'per capita' de nove mil dólares (cerca de oito mil euros), um dos mais elevados de África, a taxa de desemprego é de 30% e, segundo a ONU, 44,7% da população vive abaixo do limiar de pobreza.

Leia Também: Dados provisórios dão presidência do Gabão a Brice Oligui Nguema

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