Alberto Pardo Touceda, espanhol a viver em França desde 2012, descobriu através do Facebook que estava morto. Não é brincadeira. No passado domingo, o homem de 33 anos de idade abriu a sua conta na rede social e deparou-se com várias mensagens de despedida: “Nunca te esqueceremos” ou “Descansa em paz”.
Foi através do jornal espanhol El País, que agora desfaz o engano alheio, que Alberto recebeu confirmação da notícia: tinha morrido nos ataques em Paris, a 13 de novembro, dois dias antes. Tinha sido incluído na lista de mortos pelas autoridades francesas. Acontece que Alberto tinha estado em Estrasburgo todo o fim de semana.
Os pais de Alberto, esses, tiveram duas notícias extremas em pouco menos de 24 horas: a morte e a ‘ressurreição’ de um filho. Uma familiar ouviu o nome de Alberto na rádio e ligou a Pilar Touceda, a mãe do espanhol.
“Sabes alguma coisa do Alberto?”, começou por perguntar a familiar, preocupada com aquilo que a pobre mãe poderia saber. “Está bem, está em Estrasburgo”, respondeu a matriarca, sem mostra nenhuma de preocupação.
A familiar não disse mais nada por telefone. Passados poucos minutos chegaram à porta de casa de Pilar dois agentes da polícia à paisana. Pediram-lhe que se sentasse e deram-lhe as notícias da morte de Alberto.
“Pois, não sei… Eu vejo-me nestes momentos difíceis e diria que estou vivo… Mas se continuais a escrever coisas tão bonitas sobre mim talvez tenha que morrer para não vos deixar mal… Além disso, se o El País o diz deve ser verdade”. Foi assim que Alberto se anunciou vivo na mesma plataforma.
As respostas começaram a cair em catadupa, umas a mostrar alívio, outras a brincar com a situação. Entre elas estava uma prima sua a pedir que ligasse de imediato para a sua mãe.
Lucía, a prima, estava em casa de Pilar e começou por dizer que tinha acabado de ver no Facebook. O telefone começou, entretanto, a tocar. Foi um amigo que atendeu e começou a chorar. Passou o telefone para o pai, Laureano Pardo. Afinal, tanto Laureano como Pilar continuariam a ouvir a voz do filho.
De acordo com a mesma publicação, as conversas foram difíceis e ao fim de seis horas Alberto já não via com humor o engano de que tinha sido alvo. A família tinha sofrido um trauma terrível que deixou todos em choque várias horas.