Violada enquanto abortava: O horror de uma vítima de tráfico humano

Diretora de ONG conta história de uma vítima torturada e obrigada a prostituir-se. Ana chegou mesmo a ser violada no momento em que estava a sofrer um aborto.

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Goreti Pera
11/03/2017 23:37 ‧ 11/03/2017 por Goreti Pera

Mundo

Crime

Ana é uma mulher de 26 anos vítima de trafico humano no Reino Unido. É colombiana e atravessou o Oceano Atlântico em busca de uma oportunidade de trabalho e de uma nova vida aos 18 anos. Foi então que caiu na armadilha. A sua história de vida tornou-se um relato de horror, contado à BBC pela diretora da ONG Latin American Women's Aid.

Yenny Aude conheceu Ana (nome fictício) depois de receber um pedido de ajuda de um agente da autoridade. A polícia havia encontrado a jovem colombiana a perder sangue, na sequência de um aborto, ao mesmo tempo que era abusada sexualmente. Os gritos que se ouviam levaram a que fosse dado o alerta, que permitiu que a colombiana fosse resgatada do inferno em que vivia. Só alguns meses depois esta vítima ganhou coragem para contar aquilo por que passou.

Há oito anos, uma prima que vivia no Reino Unido havia-lhe prometido uma vida nova. Aliciou-a a apanhar um avião rumo à Europa e pediu que se encontrasse com um homem que a transportou de barco da França para Inglaterra.

Pelo caminho, o traficante entregou-lhe um passaporte falso e pediu-lhe que decorasse o seu novo nome e data de nascimento. Passaria a ser outra pessoa, mais uma vítima de tráfico humano e mais uma mulher obrigada a prostituir-se.

O primeiro homem com quem foi obrigada a ter relações sexuais estava bêbado e adormeceu. O segundo bateu-lhe, reclamando por ela “não se entregar”. Alguns usavam métodos contracetivos, outros recusavam-se a fazê-lo.

Quando os traficantes consideravam que Ana “se portava mal”, castigavam-na arrancando-lhe dentes ou fios de cabelo. E nem quando adoecia recebia tratamento hospitalar ou saía da casa onde era mantida presa.

A história que Yenny Aude, diretora da Latin American Women's Aid, contou à BBC está longe de ser caso único. O relato de Ana é feito como chamada de atenção, na expectativa que menos mulheres caiam em redes de tráfico humano.

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