Uma centena de crianças a morrer à fome em orfanatos e ninguém sabia

Instituições de acolhimento envolvidas num escândalo. Há relatos de adolescentes com 15 quilos e até de uma jovem de 20 anos com pouco mais de 11 quilos de peso.

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Anabela de Sousa Dantas
20/04/2017 18:32 ‧ 20/04/2017 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo

Bielorrússia

Foi aberta uma investigação criminal na Bielorrússia depois de se terem descoberto quase uma centena de crianças em condições de subnutrição extrema em vários orfanatos, segundo reporta esta quinta-feira o britânico Guardian.

A intervenção de um pediatra levou a comunicação social dentro destas instituições, onde foram captadas imagens que estão a revoltar a população local. As fotografias foram divulgadas pela revista online Imena e mostra a situação de algumas crianças num orfanato em Minsk, capital da Bielorrússia. Pode ver uma das imagens, da autoria de Alexander Vasukovich, abaixo.

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A revista sublinha que há adolescentes com 15 quilos e fala até de uma jovem de 20 anos com pouco mais de 11 quilos de peso, o peso normal de uma criança entre os dois e os três anos.

Os procuradores que estão encarregue do caso acusam as instituições de negligência porque as crianças foram privadas da nutrição necessária. Já foram despedidos vários diretores de orfanatos envolvidos no escândalo.

Alguns responsáveis vieram a público justificar que a fragilidade física das crianças se deve aos seus problemas psicológicos, alegando até que algumas destas crianças precisam de alimentação especial para a qual não há fundos.

“Estas crianças chegam aqui para ficar o resto da vida. A maioria delas foi dada para adoção no nascimento. Todas têm deficiências mentais congénitas misturadas com formas horríveis de paralisia cerebral e outras patologias congénitas”, afirmou o diretor de um dos orfanatos.

Outros dizem que tentaram organizar eventos através das redes sociais para angariar fundos mas que ninguém aparecia.

A diretora de um hospital para crianças, Anna Gorchakova, acredita que este escândalo não se deve só a falta de fundos ou má gestão institucional. No seu entender, há uma postura generalizada em relação a estas crianças. “São alimentadas, cuidadas, mas tratadas com plantas”, indicou.

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