O Boeing 777, que fazia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur com 298 passageiros e tripulantes a bordo, foi abatido por um míssil, no dia 17 de julho de 2014, na altura em que sobrevoava o leste da Ucrânia, durante confrontos na zona de fronteira com a Rússia.
A Equipa de Investigação Conjunta (JIT) concluiu que o aparelho foi atingido por um míssil BUK disparado a partir de território controlado pelas forças pró-russas, na Ucrânia, mas Moscovo já negou as informações do relatório.
"Os meus clientes esperaram três anos por Putin. Até ao momento ainda não há responsáveis", lamentou o advogado norte-americano Jerome Skinner, que representa as famílias das vítimas de nacionalidade australiana, malaia, neozelandesa e holandesa.
"Não pensa que esta tragédia merece uma explicação?" questionou o advogado, em declarações ao jornal australiano Sidney Morning Herald, referindo-se diretamente ao chefe de Estado russo.
"Vou recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e a toda a legislação disponível para que o Kremlin preste contas. Venha encontrar-se comigo (Vladimir Putin) e faça as pazes com as vítimas da tragédia", acrescentou o advogado.
Skinner disse ainda que os investigadores identificaram uma centena de pessoas que "desemprenharam um papel ativo neste drama", mas nenhum suspeito foi detido.
A Bélgica, a Austrália, a Malásia, a Holanda e a Ucrânia, que constituem a Equipa de Investigação Conjunta, decidiram que os suspeitos vão ser julgados pela justiça holandesa, anunciou o chefe da diplomacia de Haia, Bert Koenders.
Após o anúncio do ministro dos Negócios Estrangeiros da Holanda, o chefe de Estado da Ucrânia, Petro Porochenko, declarou que as autoridades de Kiev estão dispostas a colaborar no processo.
Através da rede social Facebook, o presidente ucraniano, voltou a acusar a Rússia pelo bloqueio à constituição de um tribunal internacional sob a supervisão das Nações Unidas, para o efeito.
Mesmo assim, os investigadores não nomearam, até ao momento, as identidades dos suspeitos e nunca acusaram diretamente Moscovo pelo fornecimento do míssil BUK.