Trabalhadores contra privatização do porto comercial da Guiné-Bissau

O presidente do sindicato dos trabalhadores da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB), Ivo Cá, disse hoje que estão "liminarmente contra" a pretensão do Governo de privatizar a gestão do principal porto comercial do país já em setembro.

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Lusa
29/08/2017 17:59 ‧ 29/08/2017 por Lusa

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Sindicatos

Fontes do Governo guineense indicaram à Lusa que no próximo mês de setembro o Conselho de Ministros irá anunciar o nome da empresa vencedora do concurso internacional para a gestão do porto de Bissau.

O vencedor será a ICTSI, das Filipinas, ou a Necotrans, de França.

Quem vencer ficará com a responsabilidade de pagar uma divida de 5,9 milhões de euros à Tertir (Terminais de Portugal) que ao abrigo da empresa Guiport geriu o porto comercial de Bissau entre 1992 e 1999, ano em que o então governo de transição na Guiné-Bissau rescindiu, de forma unilateral, o contrato de concessão e exploração.

O ministro dos Transportes e Comunicações, Fidelis Forbs, indicou à Lusa, no passado mês de julho, que estava tudo encaminhado e explicado aos trabalhadores sobre os moldes da cedência da gestão do Porto comercial de Bissau.

Hoje, o presidente do sindicato, Ivo Cá, negou que os trabalhadores tenham sido alguma vez informados e pede a intervenção urgente do chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, para evitar o que disse ser um "descalabro iminente" para o próprio país.

Ivo Cá desmentiu o Governo quando afirma que o porto tem de ser privatizado por ser a única forma de o salvar da bancarrota, desafiou o executivo a apresentar o resultado de um estudo sobre o modelo de gestão e ainda instou o Estado guineense a pagar uma dívida com o porto.

Cá perguntou também ao Governo por que razão é que não avançou para a privatização de outras empresas do setor dos transportes e comunicações, nomeadamente a Guinetelecom, a Sotramar e os Correios, ao invés de querer ceder aos privados e estrangeiros o porto de Bissau.

 

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