Num vídeo divulgado na tarde desta quinta-feira na sua página do Twitter, Carles Puigdemont renunciou à presidência da Generalitat. No vídeo intitulado de 'Mensagem Institucional do presidente da Generalitat da Catalunha', Puigdemont explica que não vai apresentar-se para a investidura, o ponto indispensável para que assumisse a liderança do governo catalão.
Na mensagem, Carles Puigdemont sugere o nome de Jordi Sànchez, o número dois do seu partido, o Juntos pela Catalunha, para ocupar o cargo de presidente da Generalitat. Sànchez que, covém referir, esta em prisão preventiva há quatro meses acusado de sedição.
No vídeo, Puigdemont diz que informou Roger Torrent, o presidente do parlamento catalão, que de forma "provisória" não vai apresentar a sua candidatura à presidência.
"Pedi-lhe para começar o mais rapidamente possível a sua ronda de contactos com os grupos parlamentares para proceder à eleição de um novo candidato para a presidência de um governo autónomo".
De seguida, Puigdemont propõe Sànchez. "Ele é o número dois da nossa lista e representa os valores do Juntos pela Catalunha como mais ninguém e é um homem de paz, injustamente preso". O antigo presidente catalão destaca que a candidatura de Jordi Sànchez "é a única maneira de acordar um governo nas condições atuais".
Puigdemont afirma ainda que vai "empreender uma ofensiva jurídica e política a nível internacional. Nesse sentido adianta que, nesta terça-feira, uma equipa de advogados apresentou em seu nome "uma ação judicial contra o estado espanhol perante a Comité de Direitos Humanos da ONU". Em causa está uma "demanda pela violação da Declaração Universal dos Direitos Humanos e da Carta dos Direitos Civis e Políticos, instrumentos que reconhecem expressamente o direito à autodeterminação".
Pede ainda às forças pró-independência para não desistirem. "Nós, catalães, merecemos ser tratados com dignidade e isso não acontece hoje". E acredita que essa persistência irá colher frutos. "Tenho plena confiança de que vamos ganhar e que um dia, espero que em breve, possa voltar à Catalunha como um homem livre e que as nossas instituições também tenham a liberdade para investir o candidato escolhido pela maioria".