Os comentários do artista chinês surgem um dia depois de o órgão máximo legislativo da China ter aprovado uma emenda constitucional que permitirá a Xi Jinping, um dos mais fortes líderes na história da República Popular, ficar no cargo depois de 2023, quando termina o seu segundo mandato.
"A China foi sempre um Estado dominado por um imperador (...) não importa se há ou não uma mudança de líder, o sistema e a cultura permanecem", afirmou Ai à emissora australiana Australian Broadcasting Corporation.
O artista chinês inaugurou hoje uma exibição em Sidney.
Em 2011, Ai Weiwei foi detido pelas autoridades chinesas, devido às suas posições políticas. O seu passaporte foi-lhe confiscado, mas acabou por ser devolvido em julho de 2015. O artista trabalha agora na Alemanha.
A eliminação de um dos princípios fundamentais da política chinesa nas últimas décadas acabou com as esperanças de ativistas e académicos liberais chineses de que Pequim pudesse avançar com reformas políticas.
Sob a direção de Xi, o país asiático tem também reforçado o controlo sobre a sociedade civil, meios académicos ou Internet, apontam organizações de defesa dos direitos humanos.
Pequim passou também a defender abertamente que o seu sistema político autocrático pode ser uma solução para outros países em desenvolvimento.