Eleitos de Penamacor denunciam alegados problemas nos bombeiros

Eleitos da Assembleia Municipal de Penamacor estão preocupados com alegados problemas de funcionamento nos bombeiros locais, situação que estará a criar mal-estar e a pôr em causa a prestação de serviços, nomeadamente a nível do transporte de doentes.

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Lusa
28/06/2019 12:12 ‧ 28/06/2019 por Lusa

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Assembleia Municipal

Contactado pela agência Lusa, o presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penamacor, Porfírio Saraiva, recusou a ideia de que haja problemas de funcionamento ou um ambiente degradado, mas confirmou que foram feitas duas reclamações relacionadas com transporte de doentes.

"Temos duas queixas por causa de transportes que, salvo erro, não foram feitos por falta de pessoal. Era uma viagem que tinha de ser iniciada às cinco da madrugada e, infelizmente, não foi possível escalar pessoal para essa hora, mas penso que foram questões pontuais", explicou.

O responsável referiu ainda que não tem conhecimento de outros problemas de funcionamento e que não lhe foi feita nenhuma queixa relativa a bombeiros que se sintam postos de lado ou relativamente a um descontentamento generalizado.

Os alegados problemas foram denunciados na Assembleia Municipal de Penamacor, que se realizou na quinta-feira, por alguns eleitos socialistas que relataram um clima de mal-estar na corporação e a existência de "inúmeras queixas" entre a população do concelho relativamente ao serviço prestado naquela corporação do distrito de Castelo Branco.

Lembrando que a Câmara de Penamacor, no distrito de Castelo Branco, apoia a instituição em várias vertentes, nomeadamente no plano financeiro, Guida Leal informou publicamente o executivo sobre os problemas que lhe foram relatados, pedindo a intervenção para que as falhas sejam ultrapassadas.

"Sabia o senhor presidente que estão aqui nesta sala doentes oncológicos a quem o serviço de transporte foi mal efetuado ou mesmo negado? Tem conhecimento de que existem inúmeras queixas no livro amarelo de reclamações para as quais, até hoje, não houve qualquer tipo de resposta? Tem conhecimento de que estes doentes foram empurrados para outras instituições para serem essas instituições a fazerem o serviço, a prestar o devido socorro e auxilio? Sabia que quando estes mesmos doentes se dirigiram ao quartel para apurar responsabilidades, o comandante mandou-os ir ter com a direção e a direção com o comandante?", questionou Guida Leal, dirigindo-se diretamente ao presidente da Câmara, António Luís Beites.

A eleita pelo PS garantiu ainda que "há bombeiros postos de lado" e "proibidos de fazerem alguns serviços" por "não serem da simpatia do comandante" e manifestou grande preocupação com as eventuais consequências.

"Receio que no meio desta trapalhada toda, porque é disso que se trata, alguém perca a vida", afirmou.

Apreensão que foi também partilhada por Francisco Abreu, que sublinhou que o problema não afeta apenas o corpo ativo, que se prolonga há já algum tempo e que não se pode continuar a "tapar o sol com a peneira".

"Não podemos correr o risco de termos uma corporação desorganizada, não podemos correr o risco de precisar de socorro e não ter um motorista ou um maqueiro disponíveis. Não podemos, quando estamos a 50 quilómetros do hospital mais próximo", acrescentou Valéria Gonçalves.

Na sessão esteve também presente uma munícipe, filha de uma doente oncológica, que relatou algumas contrariedades registadas no serviço que tem sido prestado à mãe devido a "questões internas".

Na resposta, o presidente da Câmara, António Luís Beites, frisou que está em causa uma corporação com um desempenho operacional reconhecido no distrito e explicou que não lhe cabe interferir nas questões da corporação, mas acrescentou que face às questões relatadas irá pedir com urgência uma reunião com o presidente da direção, o comandante da corporação e o comandante distrital da Proteção Civil.

A agência Lusa tentou contactar o comandante dos bombeiros locais, Joaquim Fonseca, mas sem sucesso.

 

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