"Na época alta são produzidas, por dia, à volta de 2 mil a 2.500 queijadas. No inverno também ronda as 2.000 queijadas que saem da fábrica para distribuição a nível dos Açores, continente e Estados Unidos da América", disse Sara Félix, uma das proprietárias da fábrica e pastelaria Queijadas da Graciosa, espaço que mantém o nome dado pela mãe, em declarações à agência Lusa.
Uma das imagens de marca da ilha Graciosa, nos Açores, que foi integrada na Rede Mundial de Reservas de Biosfera da UNESCO, é este doce típico regional e de fabrico caseiro, que tem como ingredientes produtos dos Açores como o leite, a manteiga e ainda o açúcar.
No passado, era uma especialidade dominada por muitas donas de casa da ilha Graciosa e não faltava em qualquer festa ou reunião familiar. Dava-se então o nome de Covilhete de Leite.
"As queijadas são feitas com muita dedicação", sublinhou Sara Félix, que guarda na memoria da sua infância a imagem da mãe, já falecida, a confecionar aquele doce, com base "numa receita muito antiga que a mãe adaptou à sua maneira e começou a comercializar, há cerca de 30 anos".
Desde então, "a produção não tem parado", explicou Sara, responsável pela parte da produção e que, em conjunto com os dois irmãos, mantém vivo o negócio iniciado pela mãe.
Afirmando que "grande parte da produção é para exportar", a responsável referiu que o negócio "tem vindo a crescer".
"As queijadas têm muita procura fora da ilha. Produzimos muito para o exterior, nomeadamente para a ilha de São Miguel, Estados Unidos da América e continente", reforçou, contando que recentemente apostaram em novas embalagens retomando o design da antiga caixa, mas com "traços do contemporâneo".
Além das tradicionais queijadas, a fábrica também produz queijadas da Graciosa com coco, um produto que a mãe de Sara Félix "também confecionava e que começaram a lançar desde há uns anos".
A pastelaria e fábrica estão localizadas na Praia, na Graciosa, e lá trabalham oito pessoas no fabrico.
"O meu pai também continua a ir à pastelaria", salientou Sara Félix.
Os pasteis de arroz da Graciosa são a segunda marca produzidas na fábrica, que funciona das 09:00 às 18:00.
Além daquela iguaria, a empresa confeciona outros doces para venda na pastelaria e uma variedade de biscoitos secos.
Em 2003, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial atribuiu a Maria de Jesus Félix, a fundadora da pastelaria Queijadas da Graciosa, o registo da marca Queijadas da Graciosa.
Depois, o Centro Regional de Apoio ao Artesanato dos Açores certificou a produção como "Unidade Produtiva Artesanal Reconhecida", tendo reconhecido o doce como "Produto de origem, Qualidade certificada".
Em março de 2015, as Queijadas da Graciosa receberam o Selo da Marca "Açores certificado pela natureza", tendo sido o primeiro produto da região a receber esta certificação, como adiantou Sara Félix.