Índia vai pedir estatuto de observador na CPLP, anuncia Costa

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje à agência Lusa que o seu homólogo Narendra Modi lhe comunicou a decisão da Índia requerer o estatuto de observador na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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Lusa
19/12/2019 14:22 ‧ 19/12/2019 por Lusa

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Visita Oficial

Narendra Modi abordou o tema da CPLP na reunião que teve a sós com António Costa, que durou cerca de uma hora, tendo adiantando ao primeiro-ministro português que a Índia conta iniciar esse processo rapidamente.

O pedido do estatuto de observador da Índia na CPLP constitui mais um passo diplomático que rompe com uma antiga tradição de distância face a Portugal e à língua portuguesa desde a invasão de Goa pelas tropas da União Indiana em 1961.

"Estamos perante uma excelente notícia. Tenho a certeza que todos os países da CPLP irão acolher como muito positivo esse reconhecimento da parte da Índia sobre a importância geo-estratégica, política e cultural de um espaço que percorre todos os continentes e que reúne cerca de 260 milhões de habitantes", declarou o primeiro-ministro.

De acordo com António Costa, com a dinâmica demográfica registada no Brasil e em África, a CPLP "será seguramente uma das comunidades que terá um maior crescimento ao longo deste século".

Já no que respeita às relações entre a Índia e a União Europeia, o líder do executivo português transmitiu ao primeiro-ministro Modi "o empenho de Portugal" em elevá-las para um patamar superior.

"Tive a oportunidade de transmitir [a Narendra Modi] uma mensagem do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no sentido de que há uma vontade de se estreitarem as relações entre a União Europeia e a Índia. Queremos fazer uma grande aliança dos maiores espaços democráticos a nível mundial para encarar os grandes desafios do futuro", justificou o primeiro-ministro português.

António Costa colocou entre os principais desafios dos dois blocos o combate às alterações climáticas, a transição para a sociedade digital e o combate às desigualdades.

"São domínios onde temos muito a fazer em conjunto. Encontrei da parte do primeiro-ministro Modi uma grande abertura para retomar as relações mais próximas da Índia com a União Europeia, visto que desde 2014 que não ser realiza a cimeira", acrescentou.

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