Eduardo Bernardino, enfermeiro no Serviço de Urgência do Hospital Garcia de Orta, salientou à Lusa que sendo precisas apenas 4.000 assinaturas para o assunto subir a plenário, em cinco dias foram conseguidas exatamente 14.322 assinaturas.
Segundo os promotores da iniciativa, num comunicado divulgado hoje, as 14.000 assinaturas foram conseguidas em cinco dias e na terça-feira a petição já foi entregue na Assembleia da República.
"Constatámos com esta petição que os enfermeiros e a população em geral apoiam na totalidade a regulamentação desta medida", dizem os responsáveis, que divulgam também muitas dezenas de comentários que receberam na petição. E dizem também que contam com "total apoio" do Sindicato dos Enfermeiros.
Os promotores da petição defendem, no texto do documento, que também no dia a dia dos enfermeiros estão presentes o stress e as condições de trabalho adversas, características que são comuns a outras profissões já com subsídio de risco, como os pilotos e controladores aéreos, mineiros, pescadores, polícias, trabalhadores de 'call-center' e desportistas profissionais.
Recordam os promotores que os enfermeiros desenvolvem uma atividade "cujas condições de trabalho são precárias e cuja remuneração pode e deve ser atualmente considerada baixa, podendo induzir-se assim um forte desgaste emocional".
Lembram ainda que os enfermeiros trabalham por turnos, "muitas vezes de noite para dormir de dia, sem padrão de sono regular", que são poucos para o que é exigido, que o absentismo "aumentou exponencialmente na profissão", o que obriga, muitas vezes, a "turnos consecutivos de 16 horas".
Os autores da petição recordam ainda que "os enfermeiros são os profissionais mais agredidos no setor da Saúde" e sublinham que 60,2% já foram agredidos fisicamente e 95,6% verbalmente, no seu local de trabalho, citando alguns estudos.
Para que a petição seja levada a plenário da Assembleia da República, segundo a lei, são necessárias pelo menos 4.000 assinaturas.