Gelo seco, o 'aliado' no transporte da vacina contra a Covid-19

Durante o armazenamento e o transporte das vacinas contra a Covid-19, o gelo seco é um elemento determinante para manter a temperatura controlada.

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Filipa Matias Pereira
24/12/2020 12:00 ‧ 24/12/2020 por Filipa Matias Pereira

País

Covid-19

As primeiras vacinas contra a Covid-19 deverão chegar a Portugal no próximo sábado, dia 26 de dezembro, o que simbolizará um passo determinante na luta contra a pandemia que fustiga o país e o mundo desde o início do ano.

A Cold Jet, líder mundial no fabrico de equipamento de produção de gelo seco e limpeza criogénica, está a ajudar a indústria e os governos a distribuir o fármaco em vários países, incluindo Portugal.

O armazenamento - e o transporte - destas vacinas requer o cumprimento de especificidades nomeadamente no que à temperatura diz respeito, variando entre os -70°C e os ± 10°C.

E, de acordo com a empresa, que tem sede em Loveland, Ohio, e operações internacionais na Europa, Ásia, Canadá e México, "a infraestrutura de transporte refrigerado existente e a cadeia de abastecimento não estão preparadas para lidar com envios nessas baixas temperaturas". É "por isso que em todos os pontos da cadeia de frio do transporte e distribuição de vacinas é necessário gelo seco para manter a temperatura tão baixa".

"A dosagem de gelo seco diretamente em contentores térmicos com temperatura controlada é a única forma de manter o nível de temperatura necessário durante o trânsito e armazenamento das vacinas" afirma Wim Eeckelaers, managing director, EMEA da Cold Jet, em declarações ao Notícias ao Minuto.

Para poder responder a este desafio, "a todas as questões ligadas à refrigeração do transporte de produtos farmacêuticos, todas as grandes empresas de transporte e distribuição têm de criar um planeamento de 'cadeia de frio de temperatura ultrabaixa''", explica a Cold Jet.

A empresa já celebrou contrato com uma das maiores farmacêuticas que tem a vacina pronta e está a receber pedidos de colaboração de diversos pontos do globo, "nomeadamente de empresas internacionais de gás ou produtores locais independentes de gelo seco, para otimizar as suas possibilidades de produção de gelo seco".

O gelo seco no processo de transporte

O gelo seco começa por ser "adicionado nas unidades de produção farmacêutica e a cadeia de frio não pode ser interrompida até à chegada e aplicação da vacina nos postos de vacinação, clínicas públicas e móveis, hospitais e farmácias", explica a Cold Jet.

Assim que a vacina é retirada dos recipientes, pode ser mantida "descongelada por um dia a 2ºC-8°C ou por um período limitado em temperatura ambiente".

Transportadas por via aérea ou terrestre, "em congeladores Ulta Low Temperature especialmente concebidos, ou nas últimas etapas do processo de distribuição da cadeia de frio, numa caixa de gelo seco, é muito importante que em cada etapa da distribuição o gelo seco e as caixas permaneçam seladas até chegar ao utilizador final ou às instalações de 'recongelamento'".

Se uma caixa de vacinas for aberta sem o reabastecimento prévio com gelo seco fresco, isso significa que será quebrada a cadeia de frio e, deste modo, "a vacina teria de ir para o lixo".

"O impacto da Covid-19 na saúde global e na economia global tem sido doloroso, mas a Cold Jet está extremamente orgulhosa de desempenhar um papel tão vital no processo de distribuição de uma vacina," concluiu Wim Eeckelaers.

Portugal vai receber até final do ano mais 70.200 doses de vacinas contra a Covid-19, mais do que o inicialmente previsto para este ano, perfazendo 79.950 doses, anunciou ontem a ministra da Saúde, Marta Temido.

A farmacêutica que desenvolveu a vacina que Portugal vai administrar antecipou a entrega do segundo lote. Assim, às 9.750 vacinas que estavam previstas juntam-se mais 70.200 doses que chegam a Portugal ainda este ano.

Leia Também: Mais 70.200 doses de vacinas. "Um avanço no combate à pandemia"

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