"Vamos ter uma noite previsivelmente agitada e é importante que o Serviço Regional de Proteção Civil acione os meios adequados, que o fez, através de uma equipa que já está na ilha das Flores, com quatro profissionais e um bombeiro da Associação de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória", adiantou, hoje, o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses, que tutela a Proteção Civil na região.
O governante falava, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, na sede do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores.
Segundo o mais recente comunicado do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a depressão Justine deverá provocar "um aumento significativo da intensidade do vento, com rajadas na ordem dos 140 km/hora nas ilhas do grupo ocidental [Flores e Corvo], 120 km/hora nas ilhas do grupo central [Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial] e até 100 km/hora no grupo oriental [São Miguel e Santa Maria]".
Prevê-se também "um aumento da agitação marítima com ondas de sete a nove metros de altura significativa no grupo ocidental, de seis a oito metros no grupo central e até cinco metros no grupo oriental".
O comunicado acrescenta que "associada a esta situação meteorológica ocorrerá, também, precipitação por vezes forte em todas as ilhas".
O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) ativou uma operação de acompanhamento da depressão Justine, que decorrerá durante toda a noite.
"A previsão é uma previsão que suscita preocupação, mas é importante se saiba que os serviços estão no terreno", afirmou Clélio Meneses.
A equipa que seguiu para a ilha das Flores, a bordo de uma aeronave da Força Aérea portuguesa, "tem uma dimensão de comunicações e uma dimensão de coordenação no terreno" com as associações de bombeiros locais e com os serviços municipais de Proteção Civil das respetivas câmaras municipais.
"Dotámos a ilha das Flores de meios acrescidos de resposta de Proteção Civil perante o problema que esperemos que não aconteça", frisou o governante.
O secretário regional com a tutela da Proteção Civil apelou ainda à "responsabilidade de cada um", pedindo que a população se resguarde, se mantenha em casa e não se aproxime da orla marítima.
"É importante que todos tenham um comportamento de prevenção e de cuidado para que mais uma vez a nossa natureza não traz contratempos mais acrescidos do que trouxe de outras vezes", sublinhou.
Para já o Plano Regional de Emergência dos Açores não foi ativado, como aconteceu aquando da passagem do furacão Lorenzo, que também atingiu sobretudo as ilhas do grupo ocidental.
"Estamos a precaver os meios adequados e a dar a resposta conforme for evoluindo a depressão. A acontecer alguma coisa são ativados os meios adequados", apontou Clélio Meneses.
Segundo o governante, "a vulnerabilidade das zonas mais próximas do mar" representa "uma preocupação acrescida", mas a Proteção Civil está "a tentar, com os meios disponíveis no local, dar a resposta necessária".
O vice-presidente do SRPCBA, Bruno Nogueira, disse que as autoridades portuárias da ilha das Flores foram alertadas para retirarem as embarcações e contentores do Porto das Lajes, destruído aquando da passagem do furacão Lorenzo.
"Essa informação foi passada às autoridades portuárias e eles tiveram essa atenção de retirar todos os meios que pudessem ser mexidos com as ondulações, de forma a manter a segurança, até porque neste momento estão a decorrer obras. A informação que nós temos é que todos os meios foram retirados para zonas mais altas e mais afastadas do mar", revelou.
As ilhas do grupo ocidental estão sob aviso vermelho, o mais grave da escala, entre as 21:00 de hoje (22:00 em Lisboa) e as 3:00 de sexta-feira, devido ao vento, e sob aviso laranja, o segundo mais grave, até às 06:00, devido à agitação marítima.
Já as ilhas do grupo central estão sob aviso laranja, entre as 21:00 de hoje e as 6:00 de sexta-feira, devido ao vento e à agitação marítima.