Lar de Alcáçovas ultrapassa "o pior" e avança com apoio psicológico

Dois meses após eclodir um surto de covid-19 no Lar da Misericórdia de Alcáçovas, no Alentejo, com mais de 30 óbitos, "o pior já passou" e o próximo "passo" é o apoio psicológico a utentes e funcionários.

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Lusa
14/02/2021 06:09 ‧ 14/02/2021 por Lusa

País

Covid-19

"Felizmente, o pior já passou, mas ainda não estamos livres deste 'pesadelo' que nos caiu em cima", afirma à agência Lusa o provedor da Misericórdia de Alcáçovas, João Penetra.

Segundo o responsável, na semana passada, foram detetados mais dois casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 no lar da instituição, nomeadamente uma utente e uma funcionária, apesar de estarem a ser cumpridas todas as medidas de segurança.

João Penetra mostra-se preocupado com os utentes e funcionários da instituição, que "ficaram obviamente afetados" psicologicamente com a situação provocada pelo surto de covid-19, definindo como "próximo passo" ajudá-los a "superar este trauma".

"Temos um acordo com a Associação Terra Mãe e já pedimos à Segurança Social para que nos possa arranjar psicólogos", frisa, salientando que agora a "atenção vai também estar virada para o apoio psicológico das pessoas".

Mas o surto teve também consequências a nível financeiro para a instituição, adverte o provedor, porque tiveram que ser assumidas "despesas enormíssimas", no âmbito do surto, com a contratação de recursos humanos, aumento do tratamento de lixo biológico e aquisição de equipamentos de proteção individual.

"Além disso, há também a não faturação", uma vez que "os lugares das pessoas que faleceram estão vagos e não os vamos preencher enquanto o surto não for eliminado e quando há lugares vagos nós não faturamos", disse.

De acordo com João Penetra, a instituição está a "faturar a menos, por mês, cerca de 40 mil euros", devido aos lugares por ocupar, e pagou pela "contratação de recursos humanos quase 100 mil euros".

Este surto do novo coronavírus foi detetado em meados de dezembro de 2020 e já infetou 98 dos 108 utentes que a instituição possuía na altura e 40 dos 97 funcionários, registando-se 34 óbitos entre os utentes infetados e três entre os residentes que já tinham recuperado da doença.

O primeiro caso, contou, foi o de um enfermeiro que trabalha no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) e que presta serviço no lar, que ao fazer um teste com resultado positivo para o SARS-CoV-2 informou a instituição.

"Não podemos falar de ninguém que seja culpado, nem do Estado, nem das autoridades, nem das instituições, nem dos cuidadores. Nesta situação da pandemia, aquilo que registamos é que só há vítimas", sublinhou o provedor.

Atualmente, apenas restam dois utentes infetados com o vírus que provoca a doença, mas "não está ninguém hospitalizado", assim como cinco funcionários, estando já recuperados da doença 62 residentes e 37 funcionários.

Leia Também: Surto em lar que 'ceifou' mais de 30 vidas abala vila no Alentejo

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