"Era um homem com 'h' maiúsculo, era um homem bom, que fez toda a sua vida a servir a comunidade", afirmou aos jornalistas o Presidente da República, que assistiu à missa presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, acompanhou o cortejo fúnebre apeado entre a Igreja de Nossa Senhora da Graça e a Câmara Municipal de Torres Vedras e ainda se deslocou à Igreja do Turcifal, onde decorreu uma cerimónia mais restrita para a família e amigos.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou que, desde o início da pandemia, passou "noites e por vezes madrugadas a falar ao telefone" com o autarca.
"Era tal a sua dedicação à comunidade que isso, de alguma maneira, era a razão de ser da sua vida, e em momentos mais aflitivos e difíceis isso levou a ir até ao extremo físico e psíquico, indo até ao limite do limite das suas forças, e não tem preço em termos de gratidão", considerou o Presidente da República.
O cortejo fúnebre foi acompanhado por centenas de pessoas que, na rua entre a Igreja da Graça e a sede do município, assistiram também à missa através da transmissão em áudio e vídeo.
Em frente à câmara, foi cumprido um minuto de silêncio em homenagem ao autarca socialista, seguido de salvas de palmas.
Ao funeral assistiram também o secretário-geral adjunto do Partido Socialista, José Luís Carneiro, alguns secretários de Estado do Governo, e autarcas locais e de outros concelhos.
Antes do início das cerimónias fúnebres, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, marcou também presença.
O presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Bernardes, de 53 anos, foi encontrado morto em casa na segunda-feira, estando as circunstâncias em que ocorreu a morte a ser investigadas pela Polícia Judiciária.
Em março, a comissão política de Torres Vedras do PS aprovou a recandidatura de Carlos Bernardes à presidência do município, no distrito de Lisboa, nas autárquicas deste ano.
Carlos Bernardes ganhou pela primeira vez a corrida à presidência da câmara em 2017 e foi vice-presidente entre 2005 e 2015.
Em 2015, tinha assumido o cargo de presidente quando o então líder do executivo, Carlos Miguel, renunciou ao mandato para assumir funções no Governo.
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