Henrique Oliveira, matemático do Instituto Superior Técnico (IST), disse esta quarta-feira à SIC Notícias não ter dúvidas de que a região de Lisboa e Vale do Tejo está a enfrentar a quarta vaga da pandemia.
Para o investigador é, por isso, necessário reduzir os contactos de forma a controlar a propagação da variante Delta, que garante ser “60% mais contagiosa”, o que “não é brincadeira”.
“Estamos convencidos que a variante Delta se vai tornar dominante em Lisboa muito rapidamente. O problema é que Lisboa, sendo a capital, estabelece contactos com todas as regiões, nomeadamente em período de lazer. Temos de ter o cuidado de controlar ao máximo o número de contactos porque estamos de facto numa quarta vaga”, vincou.
Perante isto, para os investigadores do IST é essencial acelerar a vacinação em LVT e manter a região no mesmo nível de desconfinamento, pelo menos, mais um mês.
De acordo com a SIC Notícias, os hospitais da Grande Lisboa já estão a sentir o efeito do aumento de casos. O Amadora-Sintra, por exemplo, já só tem, segundo o canal de televisão, uma cama livre na única Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), que tem neste momento dedicada a doentes Covid-19. Na enfermaria de infeciologia do mesmo hospital, mais de 80% das camas estão já ocupadas.
Já no Curry Cabral, há um mês havia 18 pessoas internadas com Covid. Agora são 40, apesar de serem casos menos graves que em janeiro e fevereiro.
Recorde-se que, esta quinta-feira, há reunião do Conselho de Ministros onde será feira uma nova avaliação dos concelhos em risco.
Esta semana, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o país já não voltaria a recuar no desconfinamento. Contudo, António Costa fez questão de notar que ninguém pode garantir isso e, já esta quarta-feira, salientou mesmo que Lisboa "terá o mesmo tratamento" que os outros concelhos, se os números continuarem a aumentar, como está a acontecer há vários dias.
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