No artigo científico publicado no Journal of African Earth Sciences, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o paleontólogo português, o moçambicano Nelson Nhamutole e a sul-africana Marion Bamford descrevem as duas novas espécies de troncos fossilizados, a que apelidaram de Protaxodioxylon verniersii e Protaxodioxylon metangulense.
Os achados fósseis foram recolhidos no âmbito da campanha realizada em 2018 junto ao Lago Niassa, na província do Niassa, e estudados em laboratório sob orientação de Ricardo Araújo, do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, Instituto Superior Técnico. O paleontólogo explicou à agência Lusa que os troncos fossilizados são de um género que já era conhecido no Hemisfério Norte e nos períodos do Jurássico e Cretáceo, mas era desconhecido no Pérmico, há cerca de 259 milhões de anos, quando os dinossauros ainda não existiam.
"Permite perceber que o clima na altura era subtropical e húmido, muito diferente do clima que temos hoje" nesta região, explicou Ricardo Araújo.
A descoberta destas novas espécies de fósseis leva também os investigadores a concluir que há 259 milhões de euros já havia vida naquela zona do planeta, prova disso foi a descoberta já antes anunciada de fósseis de um dicinodonte, ancestral dos mamíferos, que a equipa veio designar de Niassodon, do mesmo período.