Na homilia da celebração da vigília da peregrinação de outubro ao Santuário de Fátima, o arcebispo brasileiro defendeu, perante milhares de fiéis, que em Fátima "Nossa Senhora continua a convidar à conversão, à oração e à penitência"
Os fiéis "são chamados a caminhar unidos com a Igreja e como Igreja", dando "uma atenção especial a quem não consegue caminhar porque se encontra fragilizado, sofredor", disse Sérgio da Rocha, exortando os peregrinos a lembrarem-se, "com especial atenção, das ovelhas feridas e errantes do rebanho".
Segundo o arcebispo de São Salvador da Bahia, os fiéis são chamados "a estender as (...) mãos para os que mais sofrem. As mãos que se erguem em oração confiante devem ser também mãos que se estendem na caridade para o próximo mais sofredor".
Sérgio da Rocha, que chegou a ser convidado para presidir às cerimónias de 12 e 13 de maio de 2020 no Santuário de Fátima -- o que não aconteceu devido à pandemia de covid-19 -- defendeu que é a Palavra de Deus que "traz esperança e paz, neste tempo tão difícil da pandemia, com tantos desafios para cada um (...)", para as famílias e comunidades.
Frente aos muitos peregrinos presentes na esplanada do Santuário -- que pouco depois das 21:00 já tinham levado a que quatro entradas tivessem sido encerradas -- o arcebispo primaz do Brasil exortou a que se entreguem "com confiança, à Mãe de Jesus (...), os clamores de tantos irmãos e irmãs que sofrem as consequências da pandemia, especialmente os enfermos, os pobres e as famílias enlutadas".
Na ocasião, Sérgio da Rocha sublinhou a experiência dos videntes de Fátima de "caminhar ao encontro de Nossa Senhora para com ela e através dela chegar a Jesus", para recordar as palavras do Papa Francisco quando visitou Fátima, em 2017: "Daqui lhes vinha a força para superar as contrariedades e sofrimentos".
A celebração da Palavra ocorreu após a recitação do terço e da procissão de velas, no início da peregrinação internacional aniversária de outubro ao Santuário da Cova da Iria, que continua na quarta-feira, às 09:00, com nova recitação do terço, seguida de missa internacional, palavra ao doente e procissão do Adeus.
Esta peregrinação, que celebra a 6.ª Aparição de Nossa Senhora, com particular destaque para o chamado "milagre do Sol", é a última grande peregrinação aniversária de um ano pastoral ainda muito marcado pela pandemia, pelo que, "apesar de nesta data estar em curso um progressivo e responsável desconfinamento".
Nas cerimónias estão a participar 48 grupos organizados, sendo 19 deles portugueses, das dioceses do Algarve, Aveiro, Beja, Bragança-Miranda, Coimbra, Évora, Lamego, Lisboa, Portalegre-Castelo Branco, Porto, Setúbal e Vila Real, informou o departamento de informação do Santuário de Fátima.
Os restantes grupos inscritos são oriundos de países estrangeiros, com destaque para a Itália, com oito grupos, a França, com cinco, e a Espanha, com três.
Alemanha, Bélgica, El Salvador, Eslováquia, Irlanda, Polónia, Reino Unido, Estados Unidos da América e Suíça são outros países com grupos organizados hoje e quarta-feira em Fátima, onde também se encontra um grupo de filipinos residentes na Holanda.
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