Forças de segurança não podem ser "instrumento da extrema-direita"

A associação SOS Racismo considerou hoje que as polícias "não podem constituir um instrumento da extrema-direita" para "atacar imigrantes" e exigiu "condenação plena" para os militares da GNR que se filmaram a torturar cidadãos estrangeiros em Odemira.

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Lusa
17/12/2021 14:35 ‧ 17/12/2021 por Lusa

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SOS Racismo

 

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"As forças de segurança não podem constituir um instrumento da extrema-direita para a organização de milícias para atacar imigrantes. A xenofobia, abuso e violência policial não podem ficar impunes", refere o SOS Racismo, em comunicado.

A associação exige "a condenação plena e inequívoca dos responsáveis pelos factos noticiados e as devidas consequências políticas e institucionais, com adoção de medidas de real combate a estas formas de violência e de medidas que impeçam que as forças de segurança sejam infiltradas por grupos criminosos e de extrema-direita".

"Exigimos que todos os órgãos de soberania condenem, sem margem para qualquer dúvida, os atos cobardes e de violência gratuita, xenófoba e racista", acrescenta o comunicado.

Sete militares da Guarda Nacional Republicana são acusados de 33 crimes por alegadamente humilharem e torturarem imigrantes em Odemira, três destes elementos da GNR são reincidentes e já tinham sido condenados a penas suspensas por agressões a imigrantes em 2018.

A investigação teve origem em 2019, quando a Polícia Judiciária apreendeu os telemóveis de cinco militares suspeitos de maus-tratos a imigrantes em Odemira, tendo encontrado vídeos e imagens que deram origem a este novo processo.

Para o SOS Racismo, estas imagens "deixam a nu o ódio que alguns profissionais de forças de segurança apresentam em relação a cidadãos de outras nacionalidades, origens ou cor de pele, bem como, o uso abusivo, ilegal e excessivo de poder e de violência, aplicada sobretudo a cidadãos particularmente frágeis".

"O facto de três dos militares acusados serem reincidentes merece especial reflexão no que concerne aos mecanismos de resposta existentes para o combate a estas formas de violência e seus resultados, além das devidas consequências jurídicas esperadas", frisa, lamentando que este caso não seja isolado e comprava vários relatos de organizações internacionais.

Fonte da GNR disse à Lusa que cinco dos sete militares acusados estão a trabalhar normalmente e aguardam a conclusão dos processos com as medidas sancionatórias da IGAI.

Num esclarecimento enviado na quinta-feira à noite, a GNR afirma que dois destes militares, que foram condenados num outro processo, encontram-se a cumprir pena de suspensão decretada pelo Ministério da Administração Interna.

A acusação dos militares da GNR e as imagens que mostram os militares a filmaram-se a torturar imigrantes asiáticos em Odemira foram avançadas na quinta-feira pela CNN/TVI.

Leia Também: Quatro casos sustentam processo contra militares da GNR em Odemira

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