"Tão ou mais importante que combater o défice financeiro é combater o défice, a crise, da nossa demografia porque todos temos perfeita noção de que, com a redução da natalidade, com a saída de portugueses para o estrangeiro, a emigração tem sido absolutamente o nosso seguro de sobrevivência", disse o secretário de Estado Adjunto do ministro-Adjunto e do Desenvolvimento Rural.
Falando na conferência "Racismo, Integração e Mobilidade", promovida pela Associação de Imigrantes dos Açores, em Angra do Heroísmo, referiu ser "muito preocupante" o "défice migratório" que desde 2010 "não tem parado de se agravar".
Pedro Lomba classificou como "uma questão sobrevivência" o combate à emigração, referindo ser "urgente" o país dar "três sinais", através de uma política que "atraia" imigrantes/estrangeiros, através do "estancar" da emigração e por via da mobilidade, do "reforço da circulação" no espaço europeu e lusófono.
"O país tem de reverter, tem de estancar o fenómeno da emigração, tem de garantir que aqueles que partem, partam por vontade, com liberdade, e não por necessidade", reforçou.
Pedro Lomba elogiou a "política de articulação" dos assuntos da emigração e imigração numa mesma tutela do Governo Regional açoriano, referindo que a nível nacional tal esforço surge com a reformulação do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, instituto público que, alterado para o novo Alto Comissariado para as Migrações, "está a ser integrado" no Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Um novo comissariado que, acrescentou, quer "apoiar a integração dos emigrantes", mas sobretudo no "incentivo" ao "regresso" dos cidadãos nacionais, que avaliou ser "absolutamente essencial".
Na visita à ilha Terceira, Pedro Lomba reuniu com o subsecretário regional da Presidência para as Relações Externas, Rodrigo Oliveira, que no Governo Regional tem a tutela das comunidades, para inteirar-se de iniciativas e projetos em curso na região e diáspora no âmbito da gestão dos dois movimentos migratórios, reforçando que os Açores "são, nisso, pioneiros".
Rodrigo Oliveira, por seu turno, disse que a "proximidade" entre as populações açoriana, residentes e emigradas, "potenciam a projeção atlântica de Portugal", registando com agrado o interesse do Governo da República em aprofundar o seu conhecimento na matéria.